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Jovens resistem por meio do parkour na fronteira entre Gaza e Israel

Os adeptos se refugiam no esporte para enfrentar os sangrentos confrontos que desde o fim de março já mataram ao menos 31 palestinos

Parkour: os jovens se manifestaram no acampamento erguido para acolher as manifestações da "marcha do retorno" (Mohammed Salem/Reuters)

Parkour: os jovens se manifestaram no acampamento erguido para acolher as manifestações da "marcha do retorno" (Mohammed Salem/Reuters)

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AFP

Publicado em 11 de abril de 2018 às 10h27.

Jovens palestinos adeptos do parkour decidiram, de forma excepcional, fazer suas acrobacias na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, palco de importantes manifestações e de sangrentos confrontos desde o fim de março.

Com piruetas que demandam um equilíbrio perfeito, os jovens se manifestaram no acampamento erguido para acolher as manifestações da "marcha do retorno".

Esse protesto, que termina em 15 de maio - dia da comemoração da "Nakba" ("catástrofe", em árabe), que significou para os palestinos a proclamação do Estado de Israel em 1948 -, exige o retorno dos palestinos que foram expulsos, ou que fugiram de suas terras, após a criação do Estado hebreu.

Os protestos terminaram em duros enfrentamentos que levaram, desde 30 de março, à morte de 31 palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Não há vítimas do lado israelense.

Israel foi criticado por várias organizações de direitos humanos pelo uso de balas reais contra manifestantes que não representam uma ameaça imediata para seus soldados.

Na terça à noite, instalados em suas torres de observação, os soldados israelenses acompanhavam a evolução dos acrobatas, a apenas algumas centenas de metros do muro fronteiriço de Rafah, no sul de Gaza.

"A única coisa que temos para resistir é o parkour", afirma um de seus praticantes, Mohamed Abu Yihad.

O fim da "marcha do retorno", em meados de maio, coincidirá com a data prevista para a transferência da embaixada dos Estados Unidos para Jerusalém.

Essa decisão do presidente americano, Donald Trump, gerou protestos no mundo árabe e indignou os palestinos, que querem converter Jerusalém Oriental, a parte palestina da cidade ocupada e anexada por Israel, na capital do Estado a que aspiram.

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