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Jovem é condenada nos EUA por encorajar namorado a se suicidar

Michelle Carter chorou quando o juiz Lawrence Muniz leu o veredito no tribunal de Taundon, no sul de Boston, após um processo que durou uma semana

Suicídio: nos EUA, nenhum estado conta com leis para punir o ato de alentar alguém a se suicidar (iStock/Thinkstock)

Suicídio: nos EUA, nenhum estado conta com leis para punir o ato de alentar alguém a se suicidar (iStock/Thinkstock)

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AFP

Publicado em 16 de junho de 2017 às 17h44.

Uma jovem americana de 20 anos foi condenada na sexta-feira por homicídio involuntário após encorajar seu noivo depressivo a se suicidar por mensagens de texto e ligações.

Michelle Carter chorou quando o juiz Lawrence Muniz leu o veredito no tribunal de Taundon, no sul de Boston (Massachusetts, leste), após um processo que durou uma semana.

"Após revisar a evidência, esta corte a considera culpada da acusação de homicídio involuntário", disse Muniz a Carter.

A jovem, que abriu mão do seu direito a um processo com um júri e optou por uma decisão do juiz, pode ser condenada a até 20 anos de prisão.

A sentença deve ser divulgada em 3 de agosto.

Conrad Roy, um adolescente de 18 anos que sofria de depressão, morreu em julho de 2014 de intoxicação por monóxido de carbono em sua caminhonete, em um estacionamento.

Quando o jovem começou a se intoxicar, saiu da caminhonete, mas Carter lhe mandou uma mensagem ordenando que ele voltasse para dentro do veículo. Foi encontrado morto no dia seguinte.

Nos meses anteriores, Carter e Roy tinham trocado centenas de mensagens de texto nas quais a jovem lhe urgia a realizar seu plano de se suicidar, e lhe pedia que o escondesse dos seus pais, mentisse para sua mãe e escolhesse um estacionamento pouco movimentado.

Especialistas em direito questionaram se as palavras pronunciadas por uma pessoa bastam para condená-la por homicídio involuntário.

O suicídio é em geral considerado a vontade da pessoa que o comete.

Nos Estados Unidos, nenhum estado conta com leis para punir o ato de alentar alguém a se suicidar.

A defesa de Carter argumentou que Roy queria se suicidar "havia anos" e procurou minimizar o papel da jovem em sua vida. Eles tinham um relacionamento longo, mas baseado principalmente em mensagens de texto, tendo se encontrado pessoalmente duas vezes.

Carter não esteve presente fisicamente ao lado de Roy quando ele se suicidou, mas "estava em seu ouvido, em sua mente, ao telefone, e estava lhe dizendo que voltasse para o veículo embora soubesse que ele ia morrer", disse a promotora adjunta do distrito, Katie Rayburn, no tribunal.

Os promotores asseguram que Carter urgiu Roy a se suicidar para chamar a atenção de meninas que ela admirava.

"Você simplesmente tem que fazer isso" ou vão achar que você é "bobo", lhe escreveu dias antes da sua morte. "Se você acha que esta é a única maneira de ser feliz, o céu te dará as boas-vindas de braços abertos".

O caso foi julgado em um tribunal juvenil porque Carter tinha 17 anos quando Roy morreu.

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