A presidente Cristina Kirchner enfrenta diversos protestos sociais: a justiça investiga a espionagem das mensagens eletrônicas da presidente (Juan Mabromata/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2012 às 15h05.
Buenos Aires - Uma juíza federal argentina processou um general aposentado, o ex-diretor do serviço de inteligência e um grupo de jornalistas pelo suposto acesso ilegal a contas de e-mail da presidente do país, Cristina Kirchner, assim como de políticos, empresários e artistas.
A juíza federal Sandra Arroyo Salgado processou Juan Bautista Yofre, ex-diretor da Secretaria de Inteligência do Estado (Side) durante a gestão do ex-presidente Carlos Menem, o general aposentado Daniel Reimundes, ex-secretário-geral do exército durante os governos de Fernando de la Rúa e Eduardo Duhalde, e vários jornalistas.
Todos eles foram acusados de espionar os e-mails de personalidades públicas e políticas e depois comercializar seu conteúdo, o que foi classificado pela juíza como um "microemprendimento criminoso", segundo a agência oficial "Télam".
Os envolvidos respondem por formação de quadrilha, subtração de documentos e sonegação. Segundo a magistrada, as provas "não deixam dúvidas" da existência, pelo menos entre 2006 e 2008, de "uma empresa criminosa que com um fim lucrativo operou dedicada à busca, subtração, revelação e comercialização ilegal de dados, arquivos e informação de diversas índoles: político, social, militar e econômica".
"Grande parte dessa informação obtida dos e-mails de funcionários públicos do Governo nacional devia permanecer secreta em função da segurança, da defesa e das relações", acrescentou.
A justiça investiga a espionagem das mensagens eletrônicas da presidente, de vários de seus ministros, do titular da Suprema Corte de Justiça, Ricardo Lorenzetti, e inclusive da popular apresentadora de televisão Susana Giménez, de acordo com o jornal "Página 12".