Militante do Estado Islâmico com o jornalista James Foley, que foi decapitado (Social Media Website via REUTERS TV)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h02.
Bruxelas - James Foley, jornalista americano decapitado pelo Estado Islâmico (EI), e John Cantlie, jornalista britânico refém dos jihadistas na Síria, converteram-se ao Islã, mesmo que forçados, segundo um ex-jihadista belga, informou a imprensa da Bélgica.
A afirmação foi feita durante interrogatório de Jejoen Bontinck, um belga de 19 anos convertido ao Islã, que esteve na Síria durante oito meses e foi detido pela justiça belga ao voltar para o reino em outubro de 2013, quando foi indiciado por pertencer a um grupo terrorista.
O jovem afirmou aos investigadores que o grupo Estado Islâmico o encarcerou em uma prisão de Alepo (noroeste da Síria) em agosto de 2013, por suspeita de espionagem. Segundo Bontinck, ele ficou em cativeiro junto aos dois jornalistas.
"Foley e Cantlie foram sequestrados pela Frente Al Nosra (braço da Al Qaeda na Síria) quando saíam de um cibercafé", declarou o ex-combate belga.
Segundo ele, os dois foram torturados várias vezes por membros da Al Nosra. Depois foram entregues ao EI.
Bontinck indicou que os dois disseram a ele que haviam se convertido ao Islã.
"Eles me contaram que não haviam tido uma vida exemplar. Que, por exemplo, nem sempre respeitaram suas mães. Que perceberam isso graças à conversão", declarou ainda.
Bontinck contou anda que os captores o incentivaram a convencer os companheiros de cela a se converter ao Islã, porque não acreditavam na sinceridade da conversão dos dois jornalistas.
O vídeo da execução de James Foley foi difundido em 19 de agosto. O outro jornalista americano, Steven Sotloff, foi executado duas semanas mais tarde.
Em 18 de setembro, o grupo EI difundiu um vídeo de John Cantlie, no qual o jornaista afirmava ter sido sequestrado depois de chegar à Síria em novembro de 2012.