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Jornalistas mortos e ameaças à imprensa na América Latina

Ano de 2012 conclui outro ciclo obscuro para o exercício do jornalismo na América Latina com 19 profissionais assassinados, a maioria no México e no Brasil


	Familiares, amigos e colegas de jornalistas assassinados protestam na Cidade do México: violência na região teve saldo de 19 jornalistas assassinados; sete no México
 (AFP/ Yuri Cortez)

Familiares, amigos e colegas de jornalistas assassinados protestam na Cidade do México: violência na região teve saldo de 19 jornalistas assassinados; sete no México (AFP/ Yuri Cortez)

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Da Redação

Publicado em 28 de dezembro de 2012 às 19h32.

Miami - O ano de 2012 conclui outro ciclo obscuro para o exercício do jornalismo na América Latina com 19 profissionais assassinados, a maioria no México e no Brasil, assim como importante ataques à liberdade de imprensa na Argentina, Equador e Venezuela, indicou nesta sexta-feira a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol).

A violência na região teve saldo de 19 jornalistas assassinados: sete no México, seis no Brasil, quatro em Honduras, um no Equador e um no Haiti, enquanto outros quatros jornalistas mexicanos estão desaparecidos, informou em comunicado o presidente da SIP, Jaime Mantilla, diretor do jornal Hoy do Equador.

Para a organização, o ano de 2012 apresentou importantes ataques à liberdade de expressão e de imprensa, com casos específicos no Equador e na Argentina que "ocuparam de maneira intensa a atenção e os esforços internacionais da organização por serem considerados como ferozes ofensivas oficiais para tentar calar o jornalismo independente", declarou a SIP, de sua sede em Miami.

Ainda de acordo com a SIP, todos esses atos possibilitam o surgimento da censura na região.

Na Argentina, por exemplo, "constatamos que existem sérios obstáculos que freiam o exercício do jornalismo livre, cuja crítica e fiscalização não satisfaz o governismo", informou o órgão regional.

A SIP citou como um exemplo "a intensa campanha pública do governo (da presidenta Cristina Kirchner) e da pressão sofrida por juízes para forçar uma decisão que defenda os interesses da presidência sobre dois artigos da Lei dos Meios, que teve a constitucionalidade contestada pelo Grupo Clarín".

Entre as outras "campanhas sistemáticas contra o jornalismo" no ano, a SIP citou Cuba como um exemplo onde puderam ser percebidos aumentos nas ações de repressão contra jornalistas independentes e opositores, "registrando cerca de 1.840 prisões breves entre abril e novembro deste ano", segundo dados da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional.

A organização destacou a nomeação de Yoani Sánchez em Havana, criadora do blog "Generación Y" e colaboradora do jornal espanhol El País, como vice-presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP neste país.

Entre os feitos positivos dos meios de comunicação e seus jornalistas, a organização destacou a federalização dos crimes contra os profissionais da informação no México, assim como a promulgação da lei de proteção aos jornalistas.

A SIP espera que os requisitos para a regulamentação de ambas as disposições sejam cumpridos, assim como torce para que seja bem sucedida no Brasil a discussão sobre um projeto de emenda constitucional que federalize e agrave as penas por crimes cometidos contra jornalistas.

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