Tristane Banon, jornalista francesa que acusa Strauss-Kahn de tentativa de estupro (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2011 às 10h22.
Paris - A jornalista Tristane Banon, que lançará nesta quinta-feira um livro sobre os motivos que a fizeram denunciar Dominique Strauss-Kahn, evita citar o nome do ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI), se referindo a ele pelas palavras 'porco', 'babuíno', ou aquele que lhe 'roubou' a vida.
De acordo com a editora 'Au Diable Vauvert', o livro 'Le Bal des hypocrites' ('O baile dos hipócritas', em tradução livre) não é lançado como um acerto de contas, mas sim para explicar a razão que Tristane teve para levar as acusações de agressão sexual até a Justiça.
A rede de televisão francesa 'BFM' teve acesso a alguns trechos desta publicação de 128 páginas, nas quais a autora evita citar o político e economista francês de forma direta, utilizando os termos 'cochon' (porco) ou 'l'homme babouin', comparando Strauss-Kahn com este tipo de primatas.
Outras pessoas que teriam traído Tristane também não tiveram seu nome citado. É o caso do socialista François Hollande, que de acordo com a jornalista tinha conhecimento da suposta agressão e recomendou a denúncia, mas negou envolvimento quando o escândalo explodiu.
Oito anos depois do suposto incidente, Tristane parece continuar com problemas para pronunciar o nome de Strauss-Kahn, e de acordo com Marion Mazauric, responsável pela editora que publica o livro, ela prefere recorrer a adjetivos como 'mau' ou 'vilão'.
O livro é escrito como uma espécie de diário retroativo, começa em maio, quando o economista foi denunciado em Nova York por uma funcionária de hotel, e termina em julho, mês em que Tristane acusou Strauss-Kahn nos tribunais franceses.
Para Marion, o desabafo da escritora nos textos foi uma forma de 'resistir à pressão'. A editora se diz orgulhosa de ter sido escolhida para publicar o livro por seus 'compromissos feministas'.
'Ela não está encorajada pelo mercantilismo', disse Marion sobre a escritora ao jornal 'L'Express'. De acordo com a editora, Tristane pretende entregar a associações feministas todo o lucro obtido com a obra, que terá 40 mil exemplares na primeira tiragem.