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Jornalista da Reuters Maria Golovnina morre no Paquistão

A chefe de redação da Reuters para o Afeganistão e o Paquistão morreu em Islamabad nesta segunda-feira, aos 34 anos

Jornalista da Reuters Maria Golovnina: Maria, de 34 anos, foi encontrada caída e inconsciente na redação (Dylan Martinez/Reuters)

Jornalista da Reuters Maria Golovnina: Maria, de 34 anos, foi encontrada caída e inconsciente na redação (Dylan Martinez/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 17h46.

Londres - A chefe de redação da Reuters para o Afeganistão e o Paquistão, Maria Golovnina, querida e admirada por todos pela sua coragem, compaixão e profissionalismo, morreu em Islamabad nesta segunda-feira.

Maria, de 34 anos, foi encontrada caída e inconsciente na redação e foi levada às pressas ao hospital, mas as equipes médicas não conseguiram salvá-la.

Em uma carreira de mais de uma década na Reuters, Maria estava sempre em ação, fazendo reportagens de alguns dos lugares mais perigosos do mundo com uma autoridade serena que jornalistas mais experientes só podiam admirar.

Ela tinha sede de entender o que move os seres humanos, fosse em meio à comoção da revolução líbia ou na calma do alvorecer do sul paquistanês enquanto sufis limpavam um santuário reverenciado com água de rosas na véspera de seus rituais.

Como o amigo e colega Peter Graff colocou, "a empatia não era só uma habilidade que ela desenvolveu para seu ofício. Era algo que ardia nela. Foi o que alimentou sua resistência lendária para o trabalho, a diversão e o aprendizado”.

Filha de expatriados russos, criada no Japão e escrevendo em seu terceiro idioma, o inglês, Maria começou a atuar na Reuters em Tóquio em 2001 e mais tarde trabalhou como trainee em Londres, Cingapura e Seul durante a graduação.

Ela atuou como enviada à Rússia entre 2002 e 2005, onde cobriu os primeiros anos da presidência de Putin, o cerco a um teatro de Moscou e uma série de ataques com bomba de rebeldes chechenos na região.

Maria se tornou correspondente-chefe para a Ásia Central em 2005, fazendo reportagens sobre a repressão do Uzbequistão às manifestações da oposição, as revoluções no Quirguistão e a instabilidade no Tadjiquistão.

Ela passou uma temporada no Afeganistão durante a eleição presidencial de 2009, e mais tarde foi enviada ao Iraque. Seu olho para os detalhes a ajudou a elaborar matérias sóbrias, mas impactantes, sobre acontecimentos complexos e dramáticos.

Em 2010, ela se juntou à mesa de edição em Londres, onde seus colegas lembram de uma amiga aberta e cativante que combinava ternura e um profundo comprometimento com a divulgação de notícias de forma rápida e correta.

Maria passou a maior parte de 2011 cobrindo a guerra na Líbia, e chegou a ir à capital, Trípoli, apesar dos riscos.

Mesmo depois de ter comprado um apartamento em Londres, ela não ficou quieta por muito tempo – a curiosidade e a compaixão a levaram a viajar ao exterior novamente, desta vez para seu último posto, no Paquistão.

Colegas de Islamabad permaneceram na redação até tarde da noite de segunda-feira, recebendo as condolências e lembrando o senso de humor e o dom de contar histórias de Maria.

“Ela era uma ótima chefe; calorosa, com um coração enorme, uma pessoa que realmente se importava”, disse Katharine Houreld, correspondente da Reuters no Paquistão e no Afeganistão.

O editor-chefe da Reuters News, Stephen Adler, acrescentou: "Todos nós da Reuters choramos a morte prematura de nossa querida colega Maria. Ela era uma de nossas melhores jornalistas, combinando destemor com um entusiasmo contagiante que inspirava confiança, respeito e afeição de todos ao seu redor. Ela deixará muita saudade.”

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