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Jornalista alemão escapa da prisão na Turquia

Correspondente de um jornal alemão, Deniz Yücel, de 46 anos, foi condenado a dois anos de prisão sob a acusação de "propaganda terrorista"

O jornalista Deniz Yücel, de 46 anos, foi julgado à revelia na Turquia, onde atuou como correspondente, pelo conteúdo de suas reportagens (Marlene Gawrisch/AFP)

O jornalista Deniz Yücel, de 46 anos, foi julgado à revelia na Turquia, onde atuou como correspondente, pelo conteúdo de suas reportagens (Marlene Gawrisch/AFP)

CA

Carla Aranha

Publicado em 16 de julho de 2020 às 15h32.

Última atualização em 16 de julho de 2020 às 15h51.

Um conhecido jornalista alemão de ascendência turca, Deniz Yücel, de 46 anos, foi condenado nesta quinta-feira, 17, a dois anos e nove meses de prisão na Turquia. O julgamento, que durou dois anos, aconteceu à revelia de Yücel. Ele foi correspondente na Turquia do jornal alemão Die Welt, um dos maiores do país, e possui cidadania turca e alemã. Yücel foi acusado de “incitação ao ódio” e “propaganda terrorista” em suas reportagens.

O jornalista, que mora atualmente na Alemanha, disse que vai recorrer da decisão. Quando era correspondente na Turquia, Yücel chegou a ser preso por um ano, em 2017, e colocado numa solitária sem que qualquer tipo de acusação formal fosse feita contra ele.

O governo alemão precisou insistir para que o jornalista fosse solto, o que causou um estremecimento diplomático entre Ancara e Berlim.

Agora, também é proibido fazer críticas públicas ao presidente Recep Erdogan. A corte de Justiça responsável pelo caso de Yücel anunciou que deverá conduzir uma investigação criminal sobre possíveis insultos contra o presidente.

Hoje, há mais de 120 jornalistas presos na Turquia. Ativistas políticos e sociais também enfrentaram as grades da prisão desde 2016, quando uma tentativa de golpe de Estado tentou tirar Erdogan do poder.

Alguns dos mais conhecidos, que seguem trancafiados até hoje, são Osman Kavala, de 63 anos, acusado de fomentar protestos contra Erdogan, e o escritor Ahmet Altan, de 70 anos, sentenciado há mais de dez anos de prisão sob a acusação de ajudar organizações terroristas.

 

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