A queda de Palocci é afeta a gestão de Dilma Rousseff, segundo os jornais (Antonio Cruz/ABr)
Da Redação
Publicado em 8 de junho de 2011 às 09h30.
Buenos Aires - Os jornais argentinos afirmam que a saída de Antonio Palocci, ex-ministro chefe da Casa Civil, é um duro golpe para a presidente Dilma Rousseff, já que ele era considerado o ministro mais importante do governo brasileiro. O assunto foi capa de todos os jornais locais.
Na reportagem titulada "Caiu o homem forte de Dilma", o jornal "La Nación" afirma que a renúncia do ministro "debilitou a presidente". O diário destaca que, embora tenha sido "inocentado" pela Procuradoria Geral da República, "Palocci se afastou para limitar o custo político que o escândalo provocou a Rousseff". Em uma página inteira dedicada ao assunto, "La Nación" comentou que, "quando algo começa mal, acostuma terminar pior", em alusão ao primeiro escândalo envolvendo Palocci e o caseiro Francenildo Costa, em 2006.
O "La Nación" afirma que "Dilma não queria a volta de Palocci ao primeiro time do governo, mas o fez porque a sombra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é ainda prolongada em Brasília".
Para o jornal "Clarín", o pedido de demissão de Palocci, anunciado ontem, após suspeitas de enriquecimento ilícito e tráfico de influência, "tem um conteúdo de alta voltagem política". O "Clarín" opinou que, "a priori, nada há que questionar sobre a multiplicação de sua fortuna que não mereça também o julgamento dos mesmos políticos, todos eles parlamentares opositores, que o condenam".
O jornal de maior circulação da Argentina afirmou também que o agora ex-ministro chefe da Casa Civil era um bom candidato governista para as eleições presidenciais de 2014 ou 2018. O diário econômico "Ámbito Financiero" disse que "Dilma perdeu seu superministro e parte de seu crédito". O caso Palocci, ressaltou, "provocou erosões na figura política de Dilma, que começou a cair nas pesquisas de opinião pública".