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Jordanianos vão às urnas para eleger novo Parlamento

O boicote dos opositores da Irmandade Muçulmana lançam dúvidas sobre se a eleição colocará um fim aos dois anos de confrontos nas ruas do país


	O rei Abdullah II da Jordânia: em seu país, Abdullah tenta controlar o ritmo das mudanças.
 (Yussef Allan/AFP)

O rei Abdullah II da Jordânia: em seu país, Abdullah tenta controlar o ritmo das mudanças. (Yussef Allan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de janeiro de 2013 às 14h22.

Amã - Os jordanianos foram às urnas nesta quarta-feira, num pleito que deve ser um teste para as reformas políticas implementadas pelo rei Abdullah II. Por outro lado, o boicote dos opositores da Irmandade Muçulmana lançam dúvidas sobre se a eleição colocará um fim aos dois anos de confrontos nas ruas do país.

Como parte de um pacote de reformas que tem como objetivo tornar o Legislativo que será eleito responsável pelos assuntos cotidianos do país, o rei concedeu ao Parlamento o direito de escolher o primeiro-ministro, que anteriormente era indicado pela coroa. Porém, questões relacionadas às relações exteriores e políticas de segurança foram mantidas, pelo menos por enquanto, nas mãos do rei.

Os levantes da Primavera Árabe na região geraram uma onda de manifestações na Jordânia, embora elas tenham sido bem menores do que as que derrubaram líderes autocráticos no Egito, Líbia, Iêmen e Tunísia e se transformaram numa sangrenta guerra civil na Síria. Em seu país, Abdullah tenta controlar o ritmo das mudanças.

Pouco mais de 600 mil jordanianos, ou 27,5% dos 2,3 milhões dos eleitores que se registraram para votar, haviam comparecido às urnas nas primeiras sete horas do pleito.

David Martin, chefe dos observadores da União Europeia (UE), afirmou que o pleito começou bem, sendo que apenas uma ou duas violações insignificantes de boca-de-urna foram registradas. Segundo ele, não houve "intimidação ou assédio aos eleitores". Observadores da UE estão presentes em todas 12 divisões administrativas do reino, revelou Martin.


O primeiro-ministro Abdullah Ensour, o último a ser indicado pelo rei e que deve renunciar logo após o final da votação, chamou o pleito de um "trampolim no caminho da adoção de reformas mais vigorosas, sérias, reais e genuínas".

Mas críticos do governo, liderados pela poderosa Irmandade Muçulmana, dizem que o rei não fez o suficiente em rápido o bastante para encerrar seu monopólio no poder.

O grupo islamita boicotou a eleição, assim como quatro partidos menores, dentre eles os comunistas e os nacionalistas árabes, afirmando que a lei eleitoral que entrou em vigor no ano passado favorece grupos leais ao rei e prejudica os votos da oposição.

Apesar disso, a Irmandade não tem conseguido atrair uma parte significativa do povo jordaniano. Embora estejam irritados com a economia, o aumento dos preços e a corrupção, muitos jordanianos não confiam na Irmandade, tendo em vista os acontecimentos no Egito após a ascensão do grupo, e temem que a Irmandade tente tomar o poder na Jordânia e leve o país à instabilidade. As informações são da Associated Press.

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