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Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2012 às 13h44.
Amã - A Jordânia concedeu asilo político nesta quinta-feira ao piloto de caça sírio que desertou, pousando sua aeronave esta manhã no norte do país, informou à AFP o porta-voz do Governo, Samih Maayatah.
"O gabinete de ministros decidiu conceder asilo político ao piloto, o coronel Hassan Meri al-Hamadé, a seu pedido", declarou Maayatah.
O governo sírio reagiu logo depois, acusando Hamadé de ser um "traidor", afirmou o Ministério sírio da Defesa, que exigiu a restituição da aeronave militar com a qual o desertor fugiu para a Jordânia.
"O piloto é considerado um desertor e um traidor da nação e de sua honra militar. Ele será punido com base nas regras militares em vigor", indicou o ministério, citado pela televisão oficial.
Esta é a primeira deserção de um piloto de caça a bordo de seu avião desde o início da revolta contra o regime do presidente Bashar al-Assad, em março de 2011.
O Exército jordaniano anunciou que o avião, um MiG-21, aterrissou às 10h45 (04h45 de Brasília), "sem problemas em uma base da Força Aérea da Jordânia".
O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal coalizão da oposição, confirmou que se tratava de uma deserção. "A aeronave decolou em alta velocidade e a baixa altitude de um aeroporto militar localizado entre Deraa e Soueida, no sul do país", explicou George Sabra, porta-voz do CNS.
"Ele fez isso para evitar a detecção por radares", acrescentou. O piloto é de Deir Ezzor (leste) e sua família é conhecida por sua luta contra o regime.
De acordo com uma autoridade jordaniana que pediu anonimato, o "MiG de fabricação russa da Força Aérea Síria realizou um pouso de emergência na base aérea do rei Hussein em Mafraq", perto da fronteira síria.
Desde o início da revolta contra o regime de Assad, em março de 2011, milhares de soldados sírios desertaram. Muitos se juntaram ao Exército Sírio Livre (ESL) para combater as tropas do governo, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
A Jordânia recebeu mais de 120.000 refugiados da Síria, dos quais 20.000 estão registrados na ONU.
Em 15 meses de revolta, as operações de repressão e combates entre o exército regular e os rebeldes fizeram pelo menos 15.000 mortes, em sua maioria civis, segundo o OSDH.