Mundo

John Kerry viaja à Turquia para falar do conflito sírio

A visita acontece em um momento em que repercutem as declarações do primeiro-ministro turco contra o sionismo


	John Kerry em encontro com Ahmet Davutoglu em Ancara: a Casa Branca criticou as declarações de Erdogan, que comparou o sionismo com um "crime contra a humanidade" (Jacquelyn Martin/AFP)

John Kerry em encontro com Ahmet Davutoglu em Ancara: a Casa Branca criticou as declarações de Erdogan, que comparou o sionismo com um "crime contra a humanidade" (Jacquelyn Martin/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de março de 2013 às 12h57.

Ancara - O secretário de Estado americano, John Kerry, viajou nesta sexta-feira para a Turquia, num momento em que repercutem as declarações do primeiro-ministro turco contra o sionismo.

Um dia depois de Washington anunciar o envio de ajuda não letal à oposição síria, o conflito neste país será o principal tema das reuniões entre Kerry e seu colega turco, Ahmet Davutoglu, o chefe de Governo, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente, Abdullah Gül.

Em sua primeira viagem internacional, Kerry terá de lidar com outra questão difícil, a degradação das relações entre Turquia e Israel, ambos aliados dos Estados Unidos.

Recep Tayyip Erdogan está sendo alvo de violentas críticas por ter comparado, durante um discurso na quarta-feira em Viena, o sionismo com um "crime contra a humanidade".

"Como acontece com o sionismo, o antissemitismo e o fascismo, agora é inevitável considerar a islamofobia como um crime contra a humanidade", declarou Erdogan no 5º fórum organizado pela ONU para promover o diálogo entre as religiões e entre os povos, a Aliança das Civilizações.

Um porta-voz do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que estava presente no evento, rebateu nesta sexta-feira os comentários do chefe de Governo turco, que chamou de "ofensivos e falsos".


"O secretário-geral ouviu o discurso do primeiro-ministro em uma versão traduzida. Se estes comentários sobre o sionismo foram traduzidos corretamente, então não apenas são falsos, como contradizem os princípios que fundaram a Aliança das Civilizações", afirmou o porta-voz.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também manifestou indignação.

"O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu condena energicamente o comunicado sobre o sionismo e sua comparação com o fascismo do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan", afirma um comunicado do gabinete do premier.

A Casa Branca também criticou as declarações de Erdogan.

"Rejeitamos a comparação do primeiro-ministro Erdogan entre sionismo e crime contra a humanidade, que é ofensiva e falsa", declarou um porta-voz do Conselho de Segurança, Tommy Vietor.

As declarações de Erdogan foram feitas em um contexto de afastamento diplomático entre Turquia e Israel desde o ataque de um comando israelense em 2010 contra um barco que tentava romper o bloqueio do Estado hebreu a Gaza e que terminou com a morte de nove militantes turcos.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDiplomaciaEuropaJudeusSíriaTurquia

Mais de Mundo

Brasileiros crescem na política dos EUA e alcançam cargos como prefeito e deputado

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada