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Jogos de Sochi começam com espetáculo de encher os olhos

Foram mais de 3.000 artistas e 22,5 toneladas de fogos de artifício para encher olhos de milhões e dos 40.000 privilegiados que assistiram ao evento no estádio

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 19h24.

Os Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, os mais caros da história, foram oficialmente abertos com uma cerimônia espetacular, com efeitos especiais impressionantes, mas os organizadores fizeram questão de usar vários clichês para mostrar a história russa pelo melhor ângulo possível.

No total, foram mais de 3.000 artistas e 22,5 toneladas de fogos de artifício para encher os olhos de milhões de telespectadores e dos 40.000 privilegiados que assistiram ao evento no estádio Fisht, na beira do mar Negro.

Depois da contagem regressiva, que começou às 20h14 no horário local (14h14 de Brasília), um filme exibido no telão mostrou um "abecedário russo", que citava elementos icônicos da cultura russa, como o escritor Dostoievski para a letra "D", por exemplo.

O primeiro momento que realmente empolgou o público foi a versão do hit "Get Lucky", do grupo francês de música eletrônica Daft Punk, cantada pelo Coral do Exército Vermelho.

Os efeitos especiais deram o ar da graça logo em seguida, com a aparição de ilhas flutuantes representando diferentes paisagens da Rússia, dos vulcões Kamtchatka às florestas do Ural, passando pelo lago Baikal.

Venezuelano saltitante

Depois, foi a vez dos verdadeiros protagonistas destes Jogos entrarem no estádio. Os atletas de 88 países desfilaram em ritmo rápido, conforme o desejo do diretor artístico da cerimônia, Konstantin Ernst. Por isso, as delegações deram apenas meia volta do estádio antes de voltar para as arquibancadas.

O Brasil terá a maior delegação da sua história, com 13 atletas, como a porta-bandeira Jaqueline Mourão, que disputará provas de esqui cross-country e biatlo. Primeira brasileira a disputar tanto Jogos de Inverno quanto de Verão, Jaqueline, de 38 anos, iguala a marca de Formiga (futebol) e de Fofão (vôlei), brasileiras com o maior número de olimpíadas no currículo, com cinco participações.


Respeitando a tradição, a delegação grega, que representa a nação que criou os Jogos na antiguidade, foi a primeira a entrar sob os aplausos do público.

Os atletas da Alemanha surpreenderam ao usar um uniforme nas cores do arco-iris, símbolo da comunidade gay, em forma de crítica indireta à polêmica da lei russa que reprime a "propaganda homossexual".

Pequenas nações foram aplaudidas com carinho, como a minúscula delegação da Venezuela, na qual o único atleta, o esquiador Antonio Pardo, apareceu pulando para todos os lados com a bandeira do seu país. A equipe de bobseld jamaicana, que inspirou o filme 'Jamaica abaixo de zero' em sua primeira participação, em Calgary-1988, também foi ovacionada. O estádio foi literalmente abaixo com a delegação russa, a última a aparecer.

O espetáculo coreográfico foi retomado quando três cavalos gigantes levaram o sol para baixo do teto do estádio, "atingido" por uma nevasca com neve artificial.

Em seguida, surgiram estruturas infláveis impressionantes, representando a famosa Catedral de São Basílio, situada na Praça Vermelha de Moscou.

O público levou um susto com salvas de canhão do grande Exército de Pedro, o Grande, primeiro imperador da Rússia. A revolução comunista de 1917 também foi lembrada, com a foice e o martelo, únicas menções explícitas deste período conturbado da história do país. Um enorme trem a vapor subiu até o teto para mostrar o poder da indústria russa.

"Adorei esta referência à nossa história. Isso é a nossa herança. Hoje, as pessoas tentam se esquecer do período soviético, mas faz parte da nossa história", disse à AFP Marina, de 24 anos, que confessa "ter ido à loucura" com a entrada dos atletas russos.


Chuva de fogos de artifício

Depois do espetáculo, foi a hora de as autoridades entrarem em cena. Pouco antes de o presidente russo, Vladimir Putin, declarar os jogos oficialmente abertos, o presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, fez questão de salientar que o objetivo dos Jogos é "abraçar a diversidade humana", em outra crítica indireta à lei 'anti-gay'.

"Os Jogos Olímpicos permitem construir pontes e unir as pessoas. Não são para erguer muros e isolar as pessoas", disse o dirigente.

Depois que os Jogos foram oficialmente abertos por Putin, o público ficou na expectativa para saber quem teria a honra de acender a pira olímpica.

O que se viu foi um desfile de estrelas emblemáticas do esporte russo. As primeiras a entrar no estádio com a tocha foram duas musas que costumam arrancar suspiros da torcida masculina, a tenista Maria Sharapova, que passou a infância em Sochi, e Yelena Isinbayeva, bicampeã olímpica do salto com vara.

Também participaram desse revezamento de astros o ex-lutador Alexandre Karelin, tricampeão olímpico da luta greco-romana, e a ex-ginasta rítmica Alina Kabaeva, que, de acordo com alguns veículos da imprensa russa, já teve relações íntimas com Putin. A pira acabou sendo acesa do lado de fora do estádio pelo ex-jogador de hóquei Vladislav Tretyak e a ex-patinadora Irina Rodnina.

A chama olímpica deu lugar a uma chuva de fogos de artifício, encerrando a festa e abrindo o caminho para os atletas, que, na verdade, já começaram a competir na quinta-feira, com provas de esqui estilo livre, snowboard slopestyle e patinação artística.

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