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Jihadistas executam mais de 160 soldados sírios

43 dos chamados capacetes azuis foram capturados por grupo armado nas Colinas de Golã

Imagem divulgada pela mídia jihadista mostra membros do Estado Islâmico exibindo sua bandeira na base do exército sírio na província de Raqa (AFP)

Imagem divulgada pela mídia jihadista mostra membros do Estado Islâmico exibindo sua bandeira na base do exército sírio na província de Raqa (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 17h06.

Damasco - Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) executaram em 24 horas mais de 160 soldados no norte da Síria, enquanto 43 capacetes azuis foram capturados nesta quinta-feira por um grupo armado nas Colinas de Golã.

O EI, conhecido por sua crueldade, também está envolvido em uma ofensiva no Iraque, onde tomou grandes faixas territoriais desde 9 de junho. Descrito como "câncer" pelo presidente americano Barack Obama, o grupo tem sido combatido pelas forças iraquianas junto com seus aliados ocidentais, que buscam implementar uma estratégia comum para tentar derrotá-lo.

O grupo extremista sunita criado em 2006 no Iraque com um nome diferente e que ressurgiu com força total em 2013 durante a guerra na Síria, proclamou no final de junho um califado islâmico nas regiões conquistadas neste país e no Iraque.

Depois de ser acusado de decapitações, crucificações e perseguições, o EI provocou mais tensão na Síria nesta quinta-feira com a execução de mais de 160 soldados sírios na província de Raqa (norte), de acordo com Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A ação foi filmada e o vídeo, postado em sites jihadistas.

Nas primeiras imagens do vídeo, cerca de cem jovens, apresentados como soldados sírios, marcham ao longo de uma estrada do deserto apenas de cueca, descalços, com as mãos na cabeça, cercados por jihadistas armados, um dos quais carrega a bandeira de sua organização.

Corpos enfileirados

Após um close em vários corpos empilhados, a câmera se afasta e filma um monte rochoso onde é possível ver uma longa fileira de corpos. Pessoas que parecem ser moradores da região observam as vítimas.

De acordo com Rami Abdel Rahman, os soldados foram capturados no domingo durante a tomada do aeroporto militar de Tabqa, na província de Raqa, e durante a sua fuga do aeroporto nesta madrugada para a cidade de Esraya, na província de Hama.

Após a tomada da base de Tabqa, último reduto controlado pelo regime em Raqa, os jihadistas controlam toda a província.

No leste da Síria, caças sírios mataram vários líderes do EI que estavam reunidos na cidade de Mohassan, perto de Deir Ezzor (leste), informou o OSDH.

"Vários chefes do EI, religiosos e militares, foram mortos em um ataque das forças do regime em uma casa onde estavam reunidos", disse Rami Abdel Rahman.

Ao mesmo tempo, perto da localidade de Quneitra - nas Colinas de Golã -, na fronteira com Israel, 43 capacetes azuis da Força de Observadores da Nações Unidas foram capturados por um grupo.

Todos são originários de Fidji.

Segundo a ONU, outros 81 capacetes azuis das Filipinas estão bloqueados em duas localidades da região.

Os militares da força da ONU no comando da Operação de Observação da Separação (UNDOF) entre a Síria e Israel foram capturados depois de violentos combates entre o Exército sírio e grupos armados, segundo a ONU.

Em março e maio de 2013, membros da força haviam sido mantidos como reféns durante vários dias pela oposição síria armada nesta região.

Obama reúne seu Conselho de Segurança

Diante da ascensão dos jihadistas na região, o presidente francês, François Hollande, pediu que a comunidade internacional prepare uma resposta "humanitária e militar", mas recusou qualquer cooperação com o regime de Bashar al-Assad.

"Uma ampla coalizão é necessária, mas que as coisas fiquem claras: Bashar al-Assad não pode ser um parceiro na luta contra o terrorismo", declarou Hollande, em um discurso anual aos embaixadores franceses.

Desde o início da crise na Síria, em 2011, as potências ocidentais e alguns países árabes do Golfo apoiam a oposição síria moderada, contra as forças do regime e contra os jihadistas.

Em sua luta contra os jihadistas, o regime de Damasco declarou recentemente estar disposto a cooperar com Washington, que já realiza desde 8 de agosto ataques aéreos contra o EI no norte do Iraque.

Mas a Casa Branca descartou qualquer coordenação com Damasco, apesar de o presidente Barack Obama dar o sinal verde para missões de reconhecimento sobre o território sírio.

Neste sentido, Obama deve reunir nesta quinta-feira à noite seu Conselho de Segurança Nacional.

No Iraque, para diminuir a pressão sobre Amerli, cidade majoritariamente turcomana xiita cercada há dois meses pelos jihadistas, os Estados Unidos consideram uma intervenção, que poderia ser o lançamento de ajuda humanitária ou ataques aéreos contras os insurgentes, segundo um alto funcionário do Pentágono, que pediu para não ser identificado.

Localizada 160 km ao norte de Bagdá, a cidade está cercada por combatentes do EI desde junho, quando o grupo lançou uma ofensiva conquistando extensas faixas de território ao norte, a oeste e a leste de Bagdá.

O Iraque reuniu na quarta-feira tropas tendo em vista uma operação para romper o cerco à cidade, onde os moradores dizem que seus recursos estão diminuindo e a eletricidade foi cortada.

Mais ao norte, os jihadistas atearam fogo nesta quinta-feira em um campo de petróleo que controlavam, antes de bater em retirada, enquanto as forças curdas atacavam a mesma área, de acordo com autoridades locais.

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