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Jihadistas estão a 5km de cidade curda da Síria

Os jihadistas do Estado Islâmico se encontravam a 5 km da cidade síria curda de Ain al-Arab, na fronteira com a Turquia

Curdos sírios observam confrontos entre jihadistas e combatentes curdos (Bulent Kilic/AFP)

Curdos sírios observam confrontos entre jihadistas e combatentes curdos (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 13h30.

Beirute - Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) se encontravam nesta segunda-feira a 5 km da cidade síria curda de Ain al-Arab, na fronteira com a Turquia, a menor distância desde que começou a ofensiva do grupo, há duas semanas.

O avanço do EI acontece apesar dos ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos nos arredores desta cidade e em outros lugares da Síria contra posições da organização extremista.

"Eles estão a 5 km ao sul e sudeste de Kobane (nome curdo de Ain al-Arab), e essa é a menor distância alcançada pelo EI", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Segundo a fonte, os foguetes do EI alcançaram pela primeira vez o centro da terceira cidade curda da Síria, matando uma pessoa e ferindo várias outras.

Neste contexto, a coalizão internacional bombardeou na madrugada desta segunda-feira posições do EI em seu reduto sírio de Raqa e em Aleppo, no norte do país.

Os ataques atingiram especialmente um posto de controle do EI nas imediações da cidade de Raqa, segundo o OSDH.

Em Minbej, na província de Aleppo, a coalizão bombardeou um depósito de cereais controlado pelo grupo jihadista. As bombas já haviam atingido no sábado a base do EI nesta cidade, uma das poucas da província ainda sob controle dos extremistas.

A ONG não teve condições de informar sobre eventuais vítimas nos ataques.

No domingo, as forças da coalizão bombardearam o principal complexo de gás sírio, controlado pelo EI, em Deir Ezor (leste). Se a unidade parar de funcionar, várias províncias serão privadas de energia elétrica, segundo o OSDH.

Estados Unidos e o grupo de aliados, principalmente do Golfo, iniciaram uma campanha de ataques aéreos contra posições jihadistas na Síria na terça-feira passada, um mês e meio depois de terem iniciado uma campanha similar no vizinho Iraque.

Até este domingo, os bombardeios tinham se concentrado principalmente em bases dos jihadistas e em refinarias de petróleo utilizadas por estes combatentes, com o objetivo de debilitar uma de suas principais fontes de financiamento.

Além da França, a coalizão internacional liderada por Washington conta na Síria com o apoio de aviões da Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

O governo turco, por sua vez, inicialmente prudente em se unir à coalizão, solicitará até terça-feira autorização ao Parlamento para realizar ataques militares na Síria e Iraque.

Facção síria ameaça

Em seu primeiro discurso desde o início dos ataques aéreos contra a Síria nesta semana, o líder da Frente Al-Nosra, grupo ligado à rede extremista Al-Qaeda, alertou no domingo para represálias.

"Seus dirigentes não serão os únicos a pagar o preço dessa guerra. Vocês também vão nos pagar", disse Abu Mohammad al-Jolani em uma mensagem de áudio na internet dirigida "à população dos Estados Unidos e da Europa". "Se os ataques aéreos não cessarem, transferiremos a batalha para as casas de vocês", ameaçou.

"O que vocês ganharam com essa guerra contra os muçulmanos e os jihadistas além de tragédias e dor sobre os seus países e seus filhos?", perguntou Al Julani, em referência à morte de soldados no Iraque e no Afeganistão e de civis nos atentados de 11 de Setembro.

Em um vídeo postado na internet, a Frente Al-Nosra descreveu as operações da coalizão de "guerra contra o Islã" e criticou um "eixo do mal" liderado pelo "país dos caubóis".

As ameaças da Al-Nosra são feitas após as proferidas na semana passada por um porta-voz do EI, que incitou os muçulmanos a matar cidadãos dos países membros da coalizão.

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