Mundo

Jihadistas avançam sobre terceira cidade curda

Jihadistas se encontravam a 5 km da cidade síria curda da Ain al-Arab, na fronteira com a Turquia, a menor distância desde que começou a ofensiva do grupo


	Estado Islâmico: avanço do EI acontece apesar dos ataques da coalizão internacional
 (AFP)

Estado Islâmico: avanço do EI acontece apesar dos ataques da coalizão internacional (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2014 às 09h48.

Beirute - Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) se encontravam nesta segunda-feira a 5 km da cidade síria curda da Ain al-Arab, na fronteira com a Turquia, a menor distância desde que começou a ofensiva do grupo, há duas semanas.

O avanço do EI acontece apesar dos ataques da coalizão liderada pelos Estados Unidos nos arredores desta cidade e em outros lugares da Síria contra posições da organização extremista.

"Eles estão a 5 km ao sul e sudeste de Kobane (nome curdo de Ain al-Arab), e essa é a menor distância alcançada pelo EI", indicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Ao menos 15 foguetes lançados pelos jihadistas contra o centro da cidade mataram três pessoas, assinalou o diretor do OSDH.

Com a conquista de Kobane, os jihadistas controlariam uma larga faixa contínua de território no norte da Síria, ao longo da fronteira turca.

O avanço do EI provocou uma fuga em massa na região, e mais de 160 mil pessoas cruzaram a fronteira em direção à Turquia.

O governo turco reforçou seu dispositivo militar em torno do posto de fronteira de Mursitpinar, onde há mais de dez tanques e veículos blindados, e na terça-feira pedirá ao Parlamento autorização para realizar ataques na Síria e no Iraque, ao lado da coalizão internacional contra o EI.

Neste contexto, a coalizão internacional bombardeou na madrugada desta segunda-feira posições do EI em seu reduto sírio de Raqa e em Aleppo, no norte do país.

Os ataques atingiram especialmente um posto de controle do EI nas imediações da cidade de Raqa, segundo o OSDH.

Em Minbej, na província de Aleppo, a coalizão bombardeou um depósito de cereais controlado pelo grupo jihadista. As bombas já haviam atingido no sábado a base do EI nesta cidade, uma das poucas da província ainda sob controle dos extremistas.

Segundo o OSDH, ao menos 211 jihadistas e 22 civis morreram na Síria desde o início dos bombardeios da coalizão, há uma semana.

No domingo, as forças da coalizão bombardearam o principal complexo de gás sírio, controlado pelo EI, em Deir Ezor (leste). Se a unidade parar de funcionar, várias províncias serão privadas de energia elétrica, segundo o OSDH.

Estados Unidos e o grupo de aliados, principalmente do Golfo, iniciaram uma campanha de ataques aéreos contra posições jihadistas na Síria na terça-feira passada, um mês e meio depois de terem iniciado uma operação similar no vizinho Iraque.

Até este domingo, os bombardeios tinham se concentrado principalmente em bases dos jihadistas e em refinarias de petróleo utilizadas por estes combatentes, com o objetivo de debilitar uma de suas principais fontes de financiamento.

Além da França, a coalizão internacional liderada por Washington conta na Síria com o apoio de aviões da Jordânia, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Facção síria ameaça

Em seu primeiro discurso desde o início dos ataques aéreos contra a Síria nesta semana, o líder da Frente Al-Nosra, grupo ligado à rede extremista Al-Qaeda, alertou no domingo para represálias.

"Seus dirigentes não serão os únicos a pagar o preço dessa guerra. Vocês também vão nos pagar", disse Abu Mohammad al-Jolani em uma mensagem de áudio na internet dirigida "à população dos Estados Unidos e da Europa". "Se os ataques aéreos não cessarem, transferiremos a batalha para as casas de vocês", ameaçou.

"O que vocês ganharam com essa guerra contra os muçulmanos e os jihadistas além de tragédias e dor sobre os seus países e seus filhos?" - perguntou Al Julani, em referência à morte de soldados no Iraque e no Afeganistão e de civis nos atentados de 11 de Setembro.

Em um vídeo postado na internet, a Frente Al-Nosra descreveu as operações da coalizão de "guerra contra o Islã" e criticou um "eixo do mal" liderado pelo "país dos caubóis".

As ameaças da Al-Nosra são feitas após as proferidas na semana passada por um porta-voz do EI, que incitou os muçulmanos a matar cidadãos dos países membros da coalizão.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstado IslâmicoEuropaIslamismoSíriaTurquia

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo