O Estado Islâmico (EI): Abdeladin A., que vive na Espanha há anos, disse ao juiz que ele não compartilha esses ideais porque luta do EI (AFP)
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2015 às 12h05.
Madri - Um juiz espanhol enviou para a prisão nesta quinta-feira o jihadista detido na terça-feira em uma cidade próxima a Madri por coordenar uma filial do Estado Islâmico (EI) no Marrocos, grupo com o qual o réu negou qualquer tipo de vinculação.
Fontes jurídicas informaram que um juiz da Audiência Nacional determinou a prisão incondicional de Abdeladin A., acusado de terrorismo por captar combatentes para o EI e coordenar uma conta do Facebook ligada a esse grupo.
Fontes da defesa indicaram que o detido negou sua vinculação com o grupo terrorista, apesar de reconhecer que dois irmãos de sua mulher morreram há um ano na Síria lutando com o EI.
Segundo o auto do juiz, sua família política pode estar muito vinculada com o EI, já que viajaram à Síria outros três irmãos da mulher para entrarem nas fileiras deste grupo terrorista, e seu sogro também tinha vinculação com ele.
Abdeladin A., que vive na Espanha há anos, disse ao juiz que ele não compartilha esses ideais porque luta do EI é de muçulmanos contra muçulmanos, e atribuiu as imagens jihadistas encontradas no computador da 'lan house' em que trabalha a vídeos publicados por meios de comunicação como Al Jazeera.
O Ministério de Interior espanhol atribui a esta célula - 13 de seus membros foram detidos no Marrocos e Abdeladin A. é o único detido na Espanha - a intenção de reeditar no Marrocos e na Espanha os massacres do grupo terrorista.
O juiz não mencionou no auto essas intenções, mas afirmou que o detido coordenava os membros de uma "filial sírio-iraquiana do Estado Islâmico distribuída em várias cidades do Marrocos" que faziam propaganda das atuações do EI para criar um clima de terror.
O jihadista, que tem permissão de residência na Espanha e vive em San Martín da Vega (Madri) com sua mulher e três filhos, viajou para o Marrocos várias vezes - a última em 17 de junho - através da passagem fronteiriça de Beni Enzar em Melilla, onde opera a rede terrorista investigada.