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Jibril dá "surra" eleitoral em partido islâmico na Líbia

A derrota da Irmandade Muçulmana líbia interrompe uma série de vitórias de partidos islâmicos nos outros países do norte da África

Libia: essa foi a primeira eleição nacional livre em seis décadas no país (Getty Images)

Libia: essa foi a primeira eleição nacional livre em seis décadas no país (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2012 às 23h30.

Trípoli - A Aliança das Forças Nacionais, grupo moderado comandado por Mahmoud Jibril, obteve uma esmagadora vitória sobre os partidos islâmicos na histórica eleição líbia da semana passada, segundo resultados parciais divulgados nesta quinta-feira.

O resultado em prol da AFN já não tem como ser revertido em Trípoli, no desértico sul da Líbia e na cidade de Benghazi (leste), berço da rebelião que encerrou no ano passado 42 anos do regime de Muammar Gaddafi. Os resultados completos só devem sair na semana que vem.

A derrota da Irmandade Muçulmana líbia interrompe uma série de vitórias de partidos islâmicos nos outros países do norte da África, como Egito e Tunísia, que passaram por revoluções da Primavera Árabe.

"As pessoas viram em Jibril uma abertura para o resto do mundo e estavam ansiosas por essa abertura depois de ficarem isoladas por Gaddafi", disse o analista político líbio Nasser Ahdash. Jibril estudou no Ocidente e, embora tenha sido ministro de Gaddafi, aderiu à rebelião logo no seu começo.

Os partidos líbios não se manifestaram sobre os resultados parciais. Partidos derrotados podem recorrer dos resultados antes da proclamação final.

Essa foi a primeira eleição nacional livre em seis décadas na Líbia. Os políticos eleitos serão encarregados de eleger um novo primeiro-ministro e seu gabinete e de preparar uma eleição parlamentar plena para o ano que vem.

Há especulações de que Jibril pode emergir desse processo como o novo líder do país, possivelmente o presidente, caso a nova Constituição estabeleça essa forma de governo.

Mas a vitória da aliança de Jibril não irá automaticamente se traduzir em uma maioria parlamentar, pois apenas 80 das 200 vagas da assembleia provisória serão distribuídas entre listas partidárias. As outras 120 são disputadas por candidatos independentes, cujas lealdades políticas são difíceis de aferir.

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