O candidato à Presidência da Argentina Javier Milei, em 13 de agosto de 2023, em Buenos Aires (AFP/AFP)
Redação Exame
Publicado em 24 de agosto de 2023 às 15h36.
Última atualização em 24 de agosto de 2023 às 16h48.
Javier Milei e Patricia Bullrich, dois dos principais candidatos à Presidência da Argentina, disseram ser contra a entrada do país no Brics, anunciada nesta quinta, 24.
O bloco inclui hoje Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e receberá mais membros. Além da Argentina, entrarão no grupo Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Irã.
"Nosso alinhamento de geopolítica é Estados Unidos e Israel. Não vamos nos alinhar a comunistas. Isso não quer dizer que o setor privado não possa comercializar com quem tiver vontade", disse Milei, que foi o mais votado nas primárias e defende ideias ultraliberais.
Patrícia Bullrich, candidata do partido de oposição Juntos por el Cambio, que teve a segunda maior votação nas primárias, também rechaçou a entrada. "[O presidente Alberto Fernández] está em situação de enorme debilidade e compromete a Argentina. Sob nosso governo, o pais não vai estar no Brics", disse.
A Argentina terá a votação de primeiro turno em outubro, e o candidato eleito toma posse em 10 de dezembro.
A partir de janeiro de 2024, Arábia Saudita, Argentina, Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos passarão a fazer parte do bloco de nações emergentes. É a primeira expansão desde 2011, quando ocorreu a entrada da África do Sul. A Indonésia, que também era cotada para entrar no bloco, ficou de fora. Quase 40 países solicitaram a adesão ou demonstraram interesse de entrar para o bloco criado em 2009, que representa quase 25% do PIB e 42% da população mundial.
A China era a grande interessada na ampliação dos Brics. A maior economia do grupo, que representa quase 70% do PIB do bloco, deseja ter prestígio diplomático e promover aproximação política e econômica, seja na Ásia ou em outros continentes.