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Javier Milei confirma que governo argentino imprimirá notas de 20 mil e 50 mil pesos

Chefe de Estado diz que o Banco Central emitirá notas de denominações muito superiores às que circulam atualmente

Javier Milei, presidente eleito da Argentina (Emiliano Lasalvia/AFP)

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Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 08h05.

No meio da escalada inflacionária, acentuada a partir da última desvalorização do peso, o presidente Javier Milei confirmou que o Banco Central (BCRA) emitirá notas de 20 e 50 mil pesos para aliviar as complicações geradas nas transações em dinheiro, devido ao fato de que as cédulas em circulação têm uma denominação muito inferior.

"É uma tortura lidar com as notas. Imagine que você tem que fazer um pagamento em dinheiro e precisa carregar um monte de papel, o que basicamente coloca um rótulo na sua testa dizendo 'roube aqui'. É óbvio que você está carregando dinheiro", afirmou durante a entrevista com LN+.

Nesse sentido, enfatizou que a ausência de cédulas "dificulta as transações e gera muitos custos" e atribuiu as dificuldades ao governo anterior. "Entendo que os kirchneristas tenham usado essa artimanha para tentar desacelerar a circulação do dinheiro, mas nós, como parte de nosso programa fiscal, monetário e cambial, fechamos a torneira monetária, tanto no plano das Leliqs quanto no plano do déficit fiscal", acrescentou.

Nessa linha, o presidente assegurou que "a quantidade de dinheiro só se movimentará" quando sua administração comprar dólares, pois isso representa uma demanda contrária. "Se você exclui o que acontece no setor cambial, a quantidade de dinheiro permanece constante. A âncora está aí: você fecha a torneira do Banco Central, fecha a torneira do fisco e a quantidade de dinheiro não cresce", explicou.

Em fevereiro deste ano, o conselho do BCRA - presidido na época por Miguel Pesce - aprovou a impressão de notas de 2000 pesos, tornando-as as de maior denominação, superando as de 1000 pesos. Já no segundo mês do ano, devido à inflação muito alta e sustentada, a nota de maior denominação em circulação no país (a de 1000 pesos) era a de menor valor em dólares americanos da região: equivalia a US$5,12 em comparação com a taxa de câmbio do Banco Central, que naquele momento estava em 195,14 pesos.

Naquela época, o argentino La Nacion soube que o Banco Central havia iniciado os preparativos para imprimir uma nota de 5000 pesos em breve. No entanto, a medida não foi concretizada durante a administração de Alberto Fernández.

Atualmente, 1 Peso argentino igual a 0,0060 Real brasileiro.

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