Jarbas Vasconcelos acha que a oposição deve insistir na busca de apoio para a investigação (Cristiano Mariz/Veja)
Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2011 às 18h02.
Brasília - O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou hoje, da tribuna do Senado, que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, não tem mais condições de continuar no cargo, sob pena de deixar o governo da presidente Dilma Rousseff "exposto, acuado e obrigado a adotar medidas que só pioram a situação". O senador apontou a renúncia do ministro como o melhor caminho para evitar constrangimentos à presidente, já que não conseguiu apresentar explicações convincentes para o seu enriquecimento.
"Amealhar R$ 7 milhões em quatro anos não é tarefa fácil, ainda mais quando essa façanha foi executada paralelamente ao trabalho de deputado federal", afirmou. "Não estou falando de um simples parlamentar, mas de um dos mais importantes quadros do PT no Congresso, envolvido diretamente nos projetos e propostas mais estratégicas para o governo Lula."
Jarbas reconheceu que será difícil obter no Senado as 27 assinaturas para criar uma CPI. Ainda assim, acha que a oposição deve insistir na busca de apoio para a investigação, em vez de se acomodar na "declaração infeliz" do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), de que o caso está encerrado.
"Palocci perdeu todas as condições de ocupar o cargo. Ele deve sair, até porque é quem desde o dia 1º de janeiro exerce a tarefa de indicar, de vetar, ocupantes para cargos públicos", reiterou.
O senador lembrou que, há pouco mais de cinco anos, Palocci foi obrigado a renunciar ao cargo de ministro da Fazenda para não comprometer ainda mais o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E disse que ainda assim, "foi premiado com uma segunda chance para fazer a coisa certa, mas que, em vez disso, "incorreu novamente no erro".
Ele lembrou que o caseiro Francenildo dos Santos Costa - que revelou ao Grupo Estado transações realizadas na mansão frequentada pelo então ministro e seus amigos de Ribeirão Preto (SP) - teve de expor aspecto de sua vida privada para provar a origem legal do dinheiro encontrado na sua conta da Caixa Econômica Federal. E que, agora, resta ao ministro Palocci fazer mesma coisa, "se é que isso é possível".