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Jaqueta que dá abraços faz sucesso em feira tecnológica

Um programa de informática que permite que deficientes físicos criem obras de arte a partir de sua atividade cerebral também causou sensação na CeBIT

CebIT: a feira acontece na cidade alemã de Hanover
 (Carsten Koall/AFP)

CebIT: a feira acontece na cidade alemã de Hanover (Carsten Koall/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2013 às 12h09.

Hanover - Um programa de informática que permite que deficientes físicos criem obras de arte a partir de sua atividade cerebral causou sensação nesta quarta-feira na feira de alta tecnologia CeBIT de Hanover, norte da Alemanha.

O sistema concebido pela empresa australiana g-tec inclui um gorro que registra a atividade cerebral do usuário.

Quando o usuário se concentra em um ícone brilhante projetado em uma tela, o gorro reconhece a atividade cerebral vinculada a este motivo, e permite à pessoa escolher o que deseja que o computador faça.

O artista também pode escolher formas e cores com o poder de sua mente, e construir uma imagem básica na tela, segundo o diretor de vendas da g-tec, Markus Bruckner. O usuário também pode traçar linhas retas.

"Isto é primordialmente para pessoas incapacitadas, paralíticas ou que sofreram um derrame cerebral", acrescenta Bruckner.

A ideia se deve a um artista, que tinha um amigo pintor que ficou paralítico após um acidente. O artista queria encontrar uma forma de permitir que seu amigo voltasse a pintar, conta Bruckner, que afirma que sua empresa foi a única a oferecer o serviço.

O sistema custa 12.000 euros e inclui o gorro, o programa informático e a tecnologia capaz de interpretar a atividade cerebral, explica Bruckner.

Segundo ele, até o momento pacientes incapacitados o testaram com êxito.


Outra novidade apresentada na CeBIT neste ano é a primeira jaqueta do mundo que dá abraços e que pode ser muito útil para tratar crianças autistas.

A jaqueta, de aspecto banal, tem pequenas câmaras de ar que podem se inflar para simular a sensação de um abraço, explica James Teh, fundador da empresa de Cingapura T-ware.

A invenção, controlada por um smartphone, também permite regular a intensidade, de um pequeno apertão nos ombros a um abraço envolvente.

Mas, para além da curiosidade, a jaqueta tem aplicações práticas, já que pode ajudar as crianças com transtornos de aprendizagem, segundo Teh.

As crianças que sofrem de autismo e de outras desordens sensoriais muitas vezes se agitam quando ouvem sons fortes ou veem novos rostos. Os testes com esta jaqueta demonstraram que as habilidades do produto podem servir para acalmá-las.

A peça também registra os dados biométricos das crianças e alerta os pais ou a pessoa responsável quando a criança estiver em dificuldades.

A invenção foi testada com sucesso em colégios dos Estados Unidos e entre algumas famílias do Reino Unido, Austrália e Cingapura.

A jaqueta tem um preço de venda de 499 dólares.

Teh espera estender os benefícios da invenção aos adultos, desejosos de se beneficiar dos efeitos terapêuticos do contato físico.

"Um abraço faz bem a qualquer um. Tem a mesma sensação de quando te dão uma massagem", explica Teh.

O salão de alta tecnologia CeBIT estará aberto em Hannover até 9 de março, e atraiu cerca de 4.100 expositores de 70 países.

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