Mundo

Japão se prepara para reformar sistema fiscal

Governo do Japão propõe aumento de impostos e prepara negociações com o setor privado

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan: governo pode sair fortalecido ou enfraquecido após reforma (Arquivo/Getty Images)

O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan: governo pode sair fortalecido ou enfraquecido após reforma (Arquivo/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de janeiro de 2011 às 09h59.

Tóquio - O novo gabinete de governo do Japão deu hoje os primeiros passos em direção a uma reforma fiscal, com uma reunião de ministros para formular uma proposta de aumento de impostos e preparar negociações com o setor privado. Os resultados da provável batalha podem tanto fortalecer quanto enfraquecer o governo do primeiro-ministro Naoto Kan.

Hoje os ministros da Economia, Kaoru Yosano, e de Política Nacional, Koichiro Genbda, além do secretário de gabinete, Yukio Edano, e do vice-secretário de gabinete, Hirohisa Fujii, se reuniram para decidir quais papéis terão no projeto. Kan, que reformulou seu gabinete na semana passada, tem se esforçado para controlar a crescente dívida pública japonesa, que é quase o dobro da produção econômica anual do país.

"Se nós continuarmos sem disciplina fiscal, permitindo que o estoque de dívida pública cresça mais ou tomando emprestado mais do que recebemos em receita fiscal, a confiança internacional no Japão pode gradualmente acabar", disse Yosano. Os movimentos feitos hoje abrem espaço para que seja apresentado até o fim de junho o rascunho de uma proposta para reformar os debilitados sistemas fiscal e de seguridade social do Japão, parcialmente por meio da elevação do imposto de consumo do país, hoje de 5%.

Cobrada de quase todos os bens e serviços comprados por consumidores do Japão, o imposto sobre vendas gera fontes de receita estáveis, que são menos dependentes da manutenção do crescimento econômico do país. Muitos analistas consideram elevações no imposto a melhor maneira de reduzir a dívida do Japão com o tempo.

No entanto, o imposto é impopular entre os eleitores. Somando a isso um parlamento dividido, a baixa aprovação pública do governo de Kan e os partidos de oposição cada vez menos dispostos a colaborar, o sucesso dos planos do primeiro-ministro está longe de ser uma certeza. O Partido Democrático do Japão, do governo, tem o controle da Câmara Baixa do parlamento, mas a aprovação da legislação exigirá uma votação favorável da Câmara Alta, controlada pela oposição. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrescimento econômicoDesenvolvimento econômicoJapãoPaíses ricosreformas

Mais de Mundo

Militares dos EUA autorizam saída voluntária de familiares de tropas no Oriente Médio

Milei confirma mudança da Embaixada argentina para Jerusalém em 2026

Governador da Califórnia enfrenta Trump em público e ganha força para 2028

Secretário do Tesouro dos EUA prevê que pacto com a China 'equilibrará' laços econômicos