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Japão se preocupa sobre Boeing após desistência da JAL

Ao rejeitar o rival Boeing 777X, a JAL só pode ter aumentado a probabilidade de que o próximo projeto da empresa dos EUA será menos japonês


	Avião da Japan Airlines: temor no é que a Boeing  possa ser tentada a transferir mais produção para China, Coreia do Sul ou outro lugar
 (Wikicommons)

Avião da Japan Airlines: temor no é que a Boeing  possa ser tentada a transferir mais produção para China, Coreia do Sul ou outro lugar (Wikicommons)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 12h06.

Tóquio - Durante cinco décadas a Boeing concedeu partes cada vez maiores de seus contratos de fornecimento para empresas japonesas, mas isso pode mudar depois da chocante decisão da Japan Airlines (JAL) de trocar a empresa pela Airbus e à medida que a fabricante de aviões busca ganhar encomendas na China.

A aeronave 787 de composto de carbono da Boeing é 35 por cento feita no Japão mas agentes do setor de aviação japonesa temem que o Dreamliner possa ser o ponto alto da parceria da indústria com a empresa dos Estados Unidos.

A estreita cooperação não só beneficiou as gigantes da indústria no Japão como Mitsubishi Heavy Industries , Kawasaki Heavy Industries e Fuji Heavy Industries - mas também permitiu à Boeing dominar um dos maiores mercados de aviação do mundo com uma quota de mais de 80 por cento.

Essa posição de mercado desmoronou na segunda-feira, quando a JAL assinou um acordo para comprar 31 Airbus A350, na sua primeira compra de jatos europeus.

Ao rejeitar o rival Boeing 777X, a JAL só pode ter aumentado a probabilidade de que o próximo projeto da empresa dos EUA será menos japonês.

"As negociações para a quota do trabalho no 777X estão em andamento e podem ser influenciadas pela decisão da JAL", disse um funcionário do governo que ajuda a supervisionar a indústria aeroespacial do Japão, à Reuters, sob condição de anonimato devido à sensibilidade das negociações.

Ele acrescentou que Tóquio buscava ganhar uma parte da quota do trabalho superior a 21 por cento para os fornecedores japoneses Mitsubishi Heavy, Kawasaki Heavy e outros construirem o 777.

O temor no Japão é que a Boeing, que diz que os negócios que promove no Japão geram cerca de 22 mil postos de trabalho que representam cerca de 40 por cento da força de trabalho da indústria aeroespacial do país, possa ser tentada a transferir mais produção para China, Coreia do Sul ou outro lugar.

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