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Japão reforça segurança contra ameaça da China

A nova política de defesa considera que as "intrusões" marítimas da China nas ilhas Senkaku causam uma "preocupação em nível internacional"


	Shinzo Abe: espera-se que o governo Abe tome uma decisão em 2014 sobre a questão e revise a limitação auto-imposta no Japão de vender armas ao exterior
 (Yoshikazu Tsuno/Reuters)

Shinzo Abe: espera-se que o governo Abe tome uma decisão em 2014 sobre a questão e revise a limitação auto-imposta no Japão de vender armas ao exterior (Yoshikazu Tsuno/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2013 às 11h30.

Tóquio - O governo do Japão aprovou nesta terça-feira uma nova estratégia de segurança nacional e um plano de cinco anos para ampliar seus recursos militares por conta da crescente ameaça da China.

A nova política de defesa considera que as "intrusões" marítimas da China nas ilhas Senkaku (administradas por Tóquio mas reivindicadas por Pequim, que as chamam de Diaoyu), e o recente estabelecimento de uma zona de defesa aérea que abrange o disputado arquipélago causam uma "preocupação em nível internacional".

As diretrizes na área de segurança nacional aprovadas hoje pelo gabinete do primeiro-ministro conservador Shinzo Abe determinam o aumento da vigilância sobre as atividades militares chinesas no Mar da China Oriental e no Mar do Sul da China.

Tóquio considera que as ações chinesas buscam "modificar o status quo regional com argumentos incompatíveis com o direito internacional" e podem gerar um confronto.

Por isso, as capacidades das Forças de Autodefesa serão potenciadas para fazer frente à atual situação e também com o objetivo de aumentar a contribuição japonesa "à paz e segurança globais".

O plano está em linha com tudo o que Abe propôs ao chegar ao poder há quase um ano, inclusive revisar a Constituição pacifista do país, estabelecida após a Segunda Guerra Mundial.

Espera-se que o governo Abe tome uma decisão em 2014 sobre a questão e revise a limitação auto-imposta no Japão de vender armas ao exterior, medida que poderia impulsionar companhias locais.

O plano também incentiva o patriotismo, ponto sensível em função do passado militarista do Japão e que preocupa seus vizinhos asiáticos.


"A estratégia está desenhada para que nossa política diplomática e de segurança seja clara e transparente em nível doméstico e no exterior", assegurou hoje Abe em declarações à agência "Kyodo".

O plano de defesa aprovado foi pensado para aumentar o orçamento e capacidade das Forças de Autodefesa para defender as ilhas Senkaku.

O programa substitui o aprovado em 2010 pelo governo anterior e estabelece que o orçamento de defesa para os cinco próximos anos fiscais será de 24,67 trilhões de ienes (R$ 556.328.301). Isto representa um aumento, o primeiro em uma década, de 5% em relação ao plano de 2010.

O objetivo principal das novas diretrizes é estabelecer um contingente mais ágil que permita realizar deslocamentos rápidos nas remotas ilhas Senkaku (que ficam a cerca de 1.900 quilômetros de Tóquio).

Para isso, Japão comprará 52 veículos anfíbios, 99 tanques, três drones (aviões não tripulados) para vigilância, 17 aviões Osprey MV- 22 com capacidade de decolagem vertical, 28 caças de combate F-35, três avião-tanque para operações de abastecimento aéreo e quatro aviões de alerta adiantado. 

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