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Japão ativa 2º reator nuclear sob a legislação pós-Fukushima

A reativação acontece dois meses depois que o reator 1 de Sendai voltou a funcionar, sob a nova legislação pós-Fukushima, considerada a mais rígida do mundo


	Inspetores na central nuclear: a reativação acontece dois meses depois que o reator 1 de Sendai voltou a funcionar, sob a nova legislação pós-Fukushima, considerada a mais rígida do mundo
 (Getty Images)

Inspetores na central nuclear: a reativação acontece dois meses depois que o reator 1 de Sendai voltou a funcionar, sob a nova legislação pós-Fukushima, considerada a mais rígida do mundo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de outubro de 2015 às 08h18.

Tóquio - O Japão reativou nesta quinta-feira o reator 2 da usina nuclear de Sendai, no sudoeste do país, a segunda unidade de fissão atômica que começa a operar no país asiático sob a nova legislação de segurança mais rígida aprovada por causa do acidente em Fukushima em 2011.

Por volta das 10h30 locais (22h30 de Brasília de quarta-feira), a Kyushu Electric Power, operadora da usina, retirou as barras de controle - usadas para inibir o processo de fissão - do reator, que ainda demorará várias horas para atingir sua fase crítica e várias semanas para começar suas operações comerciais.

A reativação desta unidade acontece apenas dois meses depois que o reator 1 de Sendai voltou a funcionar, o primeiro sob a nova legislação pós-Fukushima, considerada pelo atual governo como "a mais rígida do mundo".

O retorno às operações da unidade 1 pôs fim a um blecaute nuclear de quase dois anos no Japão, o mais longo na história do país desde que o arquipélago começou a produzir energia atômica em 1966.

No entanto, a nova legislação de segurança aprovada pela Autoridade de Regulação Nuclear (NRA, sigla em inglês) do país após o acidente em Fukushima não agrada aos japoneses, cuja maioria é contrária à reativação das centrais por medo de que se repita outra tragédia, segundo revelam algumas pesquisas.

O governo liderado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe defende, por sua vez, a necessidade de se retomar a produção de energia nuclear para estimular o crescimento econômico.

O Executivo estima que entre 20% e 22% da eletricidade no Japão será produzida em usinas nucleares em 2030, um número ligeiramente mais baixo que o de antes da tragédia em Fukushima, quando cerca de 30% da energia no Japão era procedente de reatores de fissão.

Dos 43 reatores em condições operativas que o país possui atualmente, 25 unidades de 15 centrais distintas já solicitaram uma supervisão da NRA para sua futura reativação.

O terremoto e tsunami de 11 de março de 2011 provocaram na central de Fukushima o pior acidente nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Seus vazamentos e emissões radioativas ainda mantêm deslocadas 110 mil pessoas que viviam em torno da central e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local. 

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