Mundo

Japão promete ampliar distribuição de arroz à população

Governo também pediu ao povo que não estoque mais combustível do que o necessário

Preparação de arroz no Japão: congestionamentos dificultam logística de distribuição (David Silverman/Getty Images)

Preparação de arroz no Japão: congestionamentos dificultam logística de distribuição (David Silverman/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 10h17.

Tóquio - O Governo do Japão pediu nesta quarta-feira à população que não faça estoque mais combustível do que o necessário e se comprometeu a distribuir toneladas de arroz à população para evitar problemas de abastecimento na área devastada pelo grande terremoto e posterior tsunami de sexta-feira passada.

A escassez de gasolina se acentua nas áreas mais afetadas pelo terremoto seguido de tsunami do último dia 11, o que prejudica os trabalhos de resgate e as operações de evacuação, enquanto, em outros pontos do país, a população busca estocar galões como medida de precaução.

O mesmo ocorre com os alimentos. As compras desmesuradas acabam esvaziando as prateleiras dos supermercados em diversas cidades, como Tóquio.

O Executivo japonês reagiu em bloco para garantir o abastecimento de alimentos e combustível.

O ministro da Defesa, Toshimi Kitazawa, anunciou que sua pasta usou as reservas de combustível das Forças de Autodefesa (equivalente a Exército). Já o titular de Agricultura, Michihiko Kano, informou que seu Ministério vai distribuir arroz à população.

O porta-voz do Governo, Yukio Edano, afirmou que não há problemas de provisão de combustível no Japão, já que vários países ofereceram reservas, e que também não há riscos com alimentos ou outros produtos de primeira necessidade.

Além disso, o porta-voz reiterou o apelo do Governo para que a população mantenha a calma ao comprar mantimentos e lembrou que a prioridade são os mais afetados pelo terremoto seguido de tsunami que atingiu o país no último dia 11.

Na região de Miyagi, mais especificamente na base aérea de Matsushima, começou a distribuição de reservas de gasolina das Forças de Autodefesa, dado que o combustível é essencial para o transporte nas áreas rurais.


"Sabemos que toda a região de Miyagi sofre o mesmo problema", declarou à agência de notícias local "Kyodo" Kiyosaburo Sato, tesoureiro de Yamamoto, vila próxima a Sendai onde poucas das 5,5 mil casas existentes resistiram à tragédia e todos os cinco postos de gasolina foram fechados.

Além do excesso de abastecimento nas grandes metrópoles, algumas localidades menos povoadas do norte e leste do arquipélago japonês ficaram sem gasolina por causa de incêndios após o terremoto, como o que destruiu a refinaria de Cosmo Oil, em Chiba.

Boa parte das estradas que unem o litoral japonês do Pacífico com os grandes centros de distribuição estão danificadas e muitas delas praticamente intransitáveis.

Os congestionamentos nas rodovias dificultam a logística da distribuição de arroz, o que provocou temores de escassez desse alimento essencial na dieta básica dos japoneses.

O ministro da Agricultura decidiu minimizar o receio e recorreu à ampliação em quase 1 milhão de toneladas de arroz do fundo de reserva nacional, que, segundo ele, possui quantidades mais do que suficientes.

No entanto, o Ministério da Defesa admitiu que o Executivo possui menos estoques de querosene, líquido fundamental para que as estufas aqueçam, ainda mais agora com o frio que aumenta nas zonas mais devastadas pelo tsunami.

O Governo insistiu nesta quarta-feira em seu apelo ao racionamento de energia em residências e empresas, enquanto Tóquio e as províncias próximas sofrem blecautes programados, devido à paralisação das atividades de 11 usinas nucleares após o terremoto, entre elas o complexo atômico de Fukushima, que sofreu explosões em seus reatores após os tremores.

Devido à menor produção de energia, a companhia Tokyo Electric Power, operadora da usina de Fukushima, já advertiu sobre cortes de energia até finais de abril, distribuídos em intervalos de três horas.

Com essas medidas e os repetidos pedidos de calma, o Executivo japonês busca convencer a população de que, para voltar à normalidade, é necessário evitar o pânico.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosÁsiaDesastres naturaisJapãoPaíses ricosTrigo

Mais de Mundo

Votação antecipada para eleições presidenciais nos EUA começa em três estados do país

ONU repreende 'objetos inofensivos' sendo usados como explosivos após ataque no Líbano

EUA diz que guerra entre Israel e Hezbollah ainda pode ser evitada

Kamala Harris diz que tem arma de fogo e que quem invadir sua casa será baleado