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Japão pede que seja excluído das novas tarifas de aço e alumínio de Trump

De acordo com o porta-voz do governo japonês, pedido foi formalmente apresentado hoje a delegação dos EUA

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 12 de fevereiro de 2025 às 11h08.

Última atualização em 12 de fevereiro de 2025 às 11h13.

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O Japão pediu aos Estados Unidos que exclua o país das tarifas de 25% impostas pelo governo do presidente Donald Trump sobre as importações de aço e alumínio, e está avaliando seu impacto antes de adotar medidas.

O pedido já foi formalmente apresentado pela delegação japonesa nos Estados Unidos, segundo informou, nesta quarta-feira, o porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi.

"O governo do Japão estudará cuidadosamente o conteúdo desta medida e sua influência no país e, então, adotará as medidas necessárias", disse Hayashi ao ser questionado sobre os novos impostos durante uma entrevista coletiva.

O anúncio de novas tarifas por Trump ocorre poucos dias após o presidente dos EUA se encontrar com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, no Salão Oval, onde discutiram questões econômicas, mas não questões tarifárias, de acordo com o mandatário japonês.

"Não discutimos tarifas na cúpula, mas tomaremos as medidas necessárias levando em consideração o conteúdo de suas medidas e a influência sobre o Japão, enquanto negociamos para que elas não nos incluam", disse Ishiba hoje em um comitê parlamentar onde foi questionado sobre o encontro com Trump.

Em uma declaração separada, o ministro de Economia, Comércio e Indústria, Yoji Muto, disse que o governo ajudará as empresas japonesas que podem ser prejudicadas pelo seguro do comércio, um sistema de auxílio público para empresas nacionais envolvidas em comércio exterior, se elas forem registradas.

O presidente Trump assinou na última segunda duas ordens executivas impondo tarifas de 25% sobre importações de alumínio e aço, dizendo que elas seriam aplicadas globalmente e sem exceções.

A ordem executiva, publicada pela Casa Branca, observa que as importações de aço e alumínio "ameaçam minar a segurança nacional", e que os acordos em vigor até agora expiram em 12 de março de 2025, data após a qual os produtos em questão estarão sujeitos às novas tarifas.

As ações da siderúrgica Nippon Steel, a maior do país e uma das maiores do mundo, caíram 0,3% na abertura do pregão desta quarta na Bolsa de Valores de Tóquio, que estava fechada ontem devido a um feriado nacional, embora tenham se recuperado ao longo do dia e subido 0,51% no fechamento.

Na Bolsa de Valores de Tóquio, o principal índice, o Nikkei, subiu 0,42% hoje.

No final da semana passada, a maior organização de empregadores do Japão, a Keidanren, deu a entender que as negociações entre a siderúrgica japonesa e a americana U.S. Steel, que planejava comprar e agora pode se tornar um simples investimento, pode ser uma moeda de troca na questão tarifária.

A Nippon Steel apresentou uma oferta de US$ 14,9 bilhões para adquirir a U.S. Steel no final de 2023, mas o então presidente Joe Biden a bloqueou em março do ano passado, por considerar que não era conveniente para uma empresa estrangeira ter tanto poder em um setor estratégico para o país.

Trump também se manifestou contra a compra antes de seu retorno à Casa Branca e, em comentários surpreendentes na última sexta, após se encontrar com o premiê japonês em Washington, disse que a Nippon Steel retirará sua oferta de compra para comprar a U.S Steel e, em vez disso, investirá na empresa, embora não em uma ação majoritária.

Nem a Nippon Steel nem a U.S. Steel se pronunciaram até o momento sobre esses comentários. A compra da empresa americana tornaria a companhia japonesa a segunda maior siderúrgica do mundo.

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