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Japão marca eleição e deve ter 7º premiê em seis anos

País dissolveu a câmara baixa do Parlamento para que seja realizada uma eleição, em 16 de dezembro


	As pesquisas sugerem a possibilidade de que o ex-premiê Shinzo Abe retorne ao cargo
 (Yuriko Nakao/Reuters)

As pesquisas sugerem a possibilidade de que o ex-premiê Shinzo Abe retorne ao cargo (Yuriko Nakao/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 08h59.

Tóquio - O Japão dissolveu nesta sexta-feira a câmara baixa do Parlamento para que seja realizada uma eleição, em 16 de dezembro, que provavelmente trará de volta ao poder o conservador Partido Liberal Democrático.

As pesquisas sugerem a possibilidade de que o ex-premiê Shinzo Abe retorne ao cargo, cenário que gera preocupações de um abalo ainda maior nas relações com a China, país com o qual o Japão tem atritos atualmente por causa da disputa por um grupo de ilhas desabitadas.

"Essa briga é para restaurar o Japão. Vamos retomar uma economia forte", disse Abe, que foi primeiro-ministro entre 2006 e 2007, numa entrevista coletiva depois da dissolução da câmara.

"Vamos restaurar a política externa. Vamos apelar fortemente aos eleitores sobre a necessidade de restaurar a aliança Japão-EUA, que foi duramente afetada pelo governo do Partido Democrático. Isso nos ajudará a defender nosso lindo país, os territórios e os interesses nacionais." O primeiro-ministro Yoshihiko Noda alertou para os riscos da retórica inflamada. "Nós promovemos uma política diplomática e de segurança a partir de uma perspectiva ampla, que é calma e prática", disse Noda a parlamentares do seu partido. "Se cairmos no nacionalismo extremo, o próprio Japão pode ficar em perigo." O Partido Democrático do Japão chegou ao poder há cerca de três décadas, numa vitória histórica que interrompeu a hegemonia do PLD na política local. Mas o apoio ao PDJ vem caindo continuamente desde então.

Noda é o sexto premiê em seis anos, e o terceiro desde a ascensão do PDJ ao poder. Há três meses, ele havia prometido marcar uma data para a eleição, em troca do apoio da oposição ao seu projeto que duplica a alíquota do imposto sobre consumo até 2015, para fazer frente ao déficit público.

Mas poucos preveem que a eleição será capaz de resolver os impasses de gestão que afetam a economia, num momento em que o país precisa lidar com o envelhecimento da população e a rápida ascensão da China.

"Quando a política se torna caótica, é sempre o povo que se sacrifica", disse Akio Toyoda, presidente da Toyota e líder de uma entidade do setor automobilístico, em entrevista coletiva. "Queremos um líder que consiga entender as dificuldades pelas quais o povo está passando, alguém que possa liderar a criação de um país e de uma sociedade cujo trabalho árduo seja recompensado."

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