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Japão executa 2 condenados a morte por homicídios nos anos 90

Com as sentenças, subiu para 21 o número de execuções assinadas sob o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe

Shinzo Abe: líder conservador já assinou 21 sentenças de morte durante seu governo no Japão (Kim Kyung-hoon/Reuters)

Shinzo Abe: líder conservador já assinou 21 sentenças de morte durante seu governo no Japão (Kim Kyung-hoon/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de dezembro de 2017 às 06h25.

Tóquio - O Japão executou, nesta terça-feira, dois réus condenados a morte por vários assassinatos na década de 1990, subindo para 21 o número de execuções assinadas sob o governo do primeiro-ministro, o conservador Shinzo Abe, informou o Ministério da Justiça.

Os réus executados hoje, de 44 e 69 anos, são os primeiros desde que a pena de morte foi aplicada no dia 13 de julho a dois homens condenados também por assassinato.

O primeiro dos executados hoje, Teruhiko Seki, de 44 anos, foi condenado por matar em 1992 uma família de quatro pessoas quando era menor de idade na cidade de Ichikawa.

Além destas mortes, Seki cometeu várias estupros, roubos e distúrbios onde várias pessoas ficaram feridas, de acordo com informações divulgadas pelo ministério japonês.

O outro prisioneiro, Kiyoshi Matsui, de 69 anos, foi condenado à morte por assassinar sua namorada e os pais dela, em fevereiro de 1994, com um martelo na província de Gunma.

Os dois réus foram executados em Tóquio, informou em entrevista coletiva a ministra da Justiça, Yoko Kamikawa, que classificou os crimes de "extremamente cruéis".

Após as execuções de hoje, existem 123 presos condenados à morte no Japão, que aguardam a aplicação da sentença, sendo que 94 pediram a revisão das suas sentenças, informou Yoko.

O Ministério da Justiça é o responsável por assinar as penas de morte no Japão, único país industrializado e democrático, ao lado dos Estados Unidos, que mantém a sentença de morte, e onde a legislação estipula que os condenados devem ser enforcados e informados apenas horas antes da execução.

Esta prática é duramente criticada por organizações como Anistia Internacional (AI), que denunciam a carga psicológica que suportam os condenados, que em muitos casos passam décadas reclusos e isolados sem saber quando a pena de morte será aplicada.

A Federação dos advogados do Japão (JFBA) aprovou de forma pioneira em outubro de 2016 a adoção de uma declaração contra a pena de morte no país asiático, na qual eles sua substituição pela prisão perpétua para o ano de 2020.

Neste sentido, a ministra da Justiça disse hoje que a pena de morte "é uma questão em que cada país adota sua própria política" e defendeu a situação atual, na qual "a maioria dos japoneses é favorável a sua manutenção".

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