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Japão e Rússia pedem que Coreia do Norte cesse provocação militar

Durante uma reunião bilateral, os líderes dos dois países discutiram assuntos de segurança regional, como as tensões na península coreana

Coreia do Norte: o regime norte-coreano disparou em 6 de março quatro mísseis de médio alcance em águas japonesas (Feng Li/Getty Images)

Coreia do Norte: o regime norte-coreano disparou em 6 de março quatro mísseis de médio alcance em águas japonesas (Feng Li/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de março de 2017 às 10h25.

Tóquio - Os ministros das Relações Exteriores e Defesa do Japão e Rússia acordaram nesta segunda-feira em Tóquio pedir de maneira conjunta à Coreia do Norte que cesse suas provocações militares e que cumpra com as resoluções da ONU.

Durante uma reunião, os ministros russos das Relações Exteriores e de Defesa, Sergei Lavrov e Sergei Shoigu, trataram com seus colegas japoneses, Fumio Kishida e Tomomi Inada, assuntos de segurança regional, como as tensões na península coreana.

Neste sentido, os dois países acordaram em sua primeira reunião deste tipo em matéria de segurança desde 2013 pedir de maneira conjunta ao regime de Kim Jong-un que pare com as provocações militares.

O ministro das Relações Exteriores japonês apontou em entrevista coletiva posterior ao encontro que Tóquio e Moscou "reafirmaram" a vontade de que a Coreia do Norte aceite as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que lhe proíbem de desenvolver seus programas nuclear e de mísseis.

O regime norte-coreano disparou em 6 de março quatro mísseis de médio alcance em águas japonesas, o que voltou a provocar a condenação da comunidade internacional.

A reunião de hoje em Tóquio serviu, além disso, para acordar a visita em abril à Rússia do primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, onde se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, revelou Kishida durante a entrevista coletiva.

Estas reuniões ministeriais "2+2" entre Tóquio e Moscou não são realizadas desde o encontro inaugural de novembro de 2013 devido à anexação da Crimeia por parte da Rússia em março do ano seguinte, que esfriou as relações entre os dois países vizinhos.

"Rússia e Japão necessitam fazer frente de maneira conjunta a muitas ameaças comuns", disse hoje o responsável de Defesa russo antes de se reunir com seu colega japonês, em declarações recolhidas pela agência "Kyodo".

Por sua vez, Inada explicou que o encontro "2+2" é realizado pela primeira vez desde 2013 devido à atual "gravidade do ambiente de segurança".

Outro assunto que foi posto sobre a mesa hoje foi o polêmico desdobramento por parte de Seul e Washington do escudo antimísseis THAAD em território sul-coreano, ao qual se opõem Pequim e Moscou.

Neste sentido, o ministro das Relações Exteriores russo mostrou preocupação à parte japonesa e afirmou que não se justifica pela ameaça da Coreia do Norte, segundo a agência "Kyodo".

O Japão espera que a recuperação desta formula de diálogo bilateral ajude a criar a atmosfera apropriada para resolver a disputa em torno das ilhas Curilas, sob controle de Moscou desde a rendição do Japão na Segunda Guerra Mundial em 1945.

Este conflito, que impediu que os dois países tenham assinado um tratado de paz, foi o protagonista da cúpula que realizaram no Japão em dezembro o presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

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