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Japão dissolve câmara dos deputados para eleições em outubro

Dissolução da casa foi feita após a decisão do primeiro-ministro conservador, Shinzo Abe, de convocar eleições antecipadas

Shinzo Abe justificou a convocação de eleições antecipadas por seu desejo de expor a gestão econômica à aprovação dos eleitores (Toshifumi Kitamura/AFP)

Shinzo Abe justificou a convocação de eleições antecipadas por seu desejo de expor a gestão econômica à aprovação dos eleitores (Toshifumi Kitamura/AFP)

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AFP

Publicado em 28 de setembro de 2017 às 09h49.

A câmara dos deputados do Japão foi dissolvida nesta quinta-feira, por decisão do primeiro-ministro conservador, Shinzo Abe, para possibilitar eleições antecipadas, nas quais seu partido enfrentará a formação da governadora de Tóquio, Yuriko Koike.

As eleições acontecerão no dia 22 de outubro e a campanha oficial começará no dia 10.

"Em virtude do artigo sete da Constituição, a Câmara foi dissolvida", declarou em sessão plenária o presidente da Assembleia, Tadamori Oshima.

"Banzai, banzai, banzai" (longa vida ao imperador), gritaram os deputados erguendo os braços, antes de abandonar o local.

"Um combate difícil começa hoje", disse Abe a sua bancada. "Devemos resolver o problema dos mísseis e do programa nuclear norte-coreano, e temos a responsabilidade de melhorar a vida dos cidadãos".

O primeiro-ministro acelerou o calendário eleitoral para bloquear o avanço de Koike, mas a governadora de 65 anos, com grande experiência política, já havia preparado o contra-ataque.

Na segunda-feira, ela anunciou a criação do Partido da Esperança, terá Koike como líder. A governadora espera derrotar o Partido Democrata, formação de centro-esquerda que, apesar de fragilizada, era até agora o principal da oposição.

O presidente do Partido Democrata, Seiji Maehara, pode anunciar, segundo a imprensa, nas próximas horas que os candidatos desta formação se apresentarão pelo Partido da Esperança.

Abe justificou a convocação de eleições antecipadas por seu desejo de expor a gestão econômica à aprovação dos eleitores.

O primeiro-ministro propõe um novo plano de incentivo econômico de 2 trilhões de ienes (15 bilhões de euros) até o fim do ano, a gratuidade de parte do Ensino e outros dispositivos financeiros, o que afasta a perspectiva de saneamento das finanças públicas.

Abe também reafirmou a posição de firmeza ante a Coreia do Norte.

"Devemos utilizar todos os meios para aumentar ao máximo a pressão sobre a Coreia do Norte", disse.

Há alguns dias na ONU, ele afirmou que não era mais tempo de diálogo.

Os opositores também viram no calendário escolhido por Abe uma manobra para evitar as perguntas no Parlamento sobre os escândalos que afetaram ele e seu governo. Ele é acusado fundamentalmente de favorecer vários amigos.

Mas, no âmbito político, o primeiro-ministro quer aproveitar o momento ruim de seu principal rival, o Partido Democrata, que acaba de mudar de presidente e perdeu vários de seus líderes.

Os analistas, no entanto, interpretaram o movimento com uma forma de tentar frear o ímpeto de Koike.

Com o partido "Tomin First" (os cidadãos da capital em primeiro lugar), Koike infligiu uma derrota histórica ao partido de Abe nas eleições para renovar a assembleia de Tóquio, há algumas semanas. .

Koike parece decidida a prosseguir com a partida de xadrez a nível nacional.

"É necessária uma verdadeira força de reforma", disse a governadora, para quem "as reformas não acontecem de modo suficientemente rápido".

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