Mundo

Japão deve reduzir dependência nuclear, diz ministro

Goshi Hosono falou horas depois que 60 mil manifestantes marcharam em Tóquio para exigir uma saída da energia atômica depois da catástrofe de Fukushima

Ministro do Meio Ambiente japonês, Goshi Hosono, realiza discurso na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na sede da ONU em Viena, Áustria (Herwig Prammer/Reuters)

Ministro do Meio Ambiente japonês, Goshi Hosono, realiza discurso na Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), na sede da ONU em Viena, Áustria (Herwig Prammer/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 19 de setembro de 2011 às 20h01.

Viena - Há um consenso político no Japão para reduzir a dependência do país da energia nuclear, mas precisa haver um debate público sobre como proceder, disse uma autoridade do governo japonês à agência de energia atômica da ONU na segunda-feira.

O ministro de Desastres Nucleares Goshi Hosono falou horas depois que 60.000 manifestantes marcharam em Tóquio para exigir uma saída da energia atômica depois da catástrofe na usina de Fukushima.

"No Japão há um tipo de consenso de que gostaríamos de reduzir a dependência da energia nuclear, mas a velocidade com que isso seria obtido ou o método que seria usado para obter esse objetivo ainda precisa ser identificado", disse Hosono em uma coletiva de imprensa.

"Talvez seja necessário um ano de discussões com o público japonês para identificar qual poderia ser a política energética."

O novo primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, que assumiu o cargo sem uma política energética coesa desde o pior acidente nuclear do mundo em 25 anos, disse que seria difícil construir novos reatores.

Noda também disse que gostaria de ver os reatores que foram fechados para checagens de segurança religados no próximo abril a fim de não minar a terceira maior economia do mundo.

Seis meses depois que um grande terremoto e um tsunami devastaram a usina de Fukushima e provocaram o maior acidente de energia nuclear civil desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986, apenas onze dos 54 reatores do país estão em operação.

Com a alta desconfiança sobre a energia nuclear e as autoridades exercendo extrema cautela, nem um único reator que foi retirado para manutenção de rotina desde os desastres foi reiniciado.

Hosono usou seu discurso no encontro anual de membros da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para destacar o compromisso do governo com a segurança nuclear e disse que os reatores de Fukushima poderiam estar em "suspensão a frio" até o fim do ano, pouco antes do previsto.


O governo do Japão disse que a "suspensão a frio", que significa que a difusão da radiação dos reatores foi suprimida, é uma precondição para qualquer retorno de milhares de retirados da zona restrita ao redor da usina.

O governo e a empresa Tokyo Electric Power Co (Tepco), que operava a usina, haviam dito que esperavam que a suspensão a frio fosse obtida em janeiro.

"Vamos prolongar o período existente e tentar obter a suspensão a frio até o final deste ano", disse Hosono no encontro em Viena.

O chefe da AIEA Yukiya Amano disse na semana passada que os reatores em Fukushima estavam "basicamente" estáveis.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesÁsiaEnergiaEnergia nuclearFukushimaInfraestruturaJapãoMetrópoles globaisPaíses ricosPolítica no BrasilProtestosTóquioUsinas nucleares

Mais de Mundo

Reino Unido pede a seus cidadãos que deixem o Líbano em voos comerciais

Qual o risco de guerra entre Líbano e Israel após as explosões de pagers?

Guarda Revolucionária do Irã promete 'resposta esmagadora' por ataques no Líbano

Biden receberá Zelensky na Casa Branca para falar sobre guerra com a Rússia