Declaração foi feita pelo primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda (Alex Wong/Getty Images/AFP)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 05h50.
Tóquio - O Japão, que ainda luta para resolver a crise na usina nuclear de Fukushima, manterá suas exportações de tecnologia atômica enquanto houver países interessados em obtê-la, disse nesta sexta-feira o primeiro-ministro do país, Yoshihiko Noda.
O chefe de governo fez essas declarações perante um comitê parlamentar no mesmo dia em que se espera que a câmara baixa do Legislativo japonês aprove acordos bilaterais de cooperação nuclear civil com Jordânia, Rússia, Coreia do Sul e Vietnã.
Esses pactos foram assinados antes do início do acidente na central de Fukushima, seriamente danificada pelo tsunami que atingiu o nordeste do Japão em 11 de março após um terremoto de 9 graus de magnitude na escala Richter.
Antes da crise nuclear, o governo considerava a exportação de tecnologia nuclear como um dos pilares para sustentar o crescimento do Japão, terceira maior potência econômica do mundo, atrás apenas de Estados Unidos e China.
O Japão já mantém acordos de cooperação nuclear civil com EUA, China, França, Reino Unido, Austrália, Canadá, Cazaquistão e Comunidade Europeia de Energia Atômica (Euratom).
A previsão é que os novos pactos com Jordânia, Rússia, Coreia do Sul e Vietnã obtenham o sinal verde definitivo das duas câmaras do Parlamento ainda em dezembro, para entrar em vigor no início de 2012, informa a agência de notícias local Kyodo.
Apesar de manter suas exportações de tecnologia nuclear, o governo japonês argumenta que empreenderá políticas para reduzir paulatinamente a dependência do país às usinas atômicas. Antes do acidente de Fukushima, um terço da energia usada pelo Japão procedia das centrais nucleares.
Atualmente, quase dois terços dos 54 reatores nucleares do Japão permanecem paralisados para revisões ou como medida de prevenção.