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Japão colaborará com EUA para evitar conflito com a China

Os Estados Unidos, porém, não tomarão partido na disputa territorial entre os dois países


	O chanceler japonês, Koichiro Gemba, aperta a mão do secretário de Defesa americano, Leon Panetta, em visita oficial ao Japão
 (Larry Downing-Pool/Getty)

O chanceler japonês, Koichiro Gemba, aperta a mão do secretário de Defesa americano, Leon Panetta, em visita oficial ao Japão (Larry Downing-Pool/Getty)

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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2012 às 12h33.

Tóquio - Estados Unidos e Japão fizeram um acordo de colaboração para evitar uma maior deterioração das relações diplomáticas entre de Tóquio e Pequim, recrudescidas pela disputa territorial, informou a agência "Kyodo" nesta segunda-feira.

Agora, o mais importante é evitar "mal-entendidos e conclusões equivocadas" entre ambas as potências, assegurou o chanceler japonês, Koichiro Gemba, depois de se reunir com o secretário americano de Defesa, Leon Panetta, que se encontra em Tóquio em visita oficial.

Panetta, por sua parte, indicou que os EUA não tomarão partido no conflito que ambos os países mantêm e que espera que essa situação se resolva de maneira pacífica, já que "é extremamente importante que ambas as partes usem os meios diplomáticos para alcançar uma resolução construtiva".

A colaboração entre EUA e Japão será encaminhada para prevenir que as tensões comprometam ainda mais a relação entre chineses e japoneses, as duas principais potências econômicas da Ásia.

Neste sentido, após seu encontro com Panetta, Gemba declarou que, após os últimos episódios, esse é o momento de potenciar a comunicação com a China e não de aumentar a tensão.

A reunião entre autoridades americanas e japonesas ocorre depois que milhares de chineses se reuniram em várias cidades no último fim de semana para um protesto antijaponês pela disputa que mantêm sobre a soberania do pequeno arquipélago das ilhas Senkaku, conhecidas como Diaoyu na China.


Os protestos se tornaram violentos em algumas cidades como Pequim, onde a Polícia teve que isolar a embaixada japonesa. Os manifestantes também atacaram alguns modelos de carros japoneses, assaltaram alguns negócios e atearam fogo em bandeiras, informou a imprensa local.

Na última sexta-feira, antes da escalada de protestos, várias embarcações patrulheiras chinesas adentraram em águas das ilhas, administradas pelo Japão e cuja soberania é reivindicada por Pequim.

O Japão, por sua parte, anunciou na última terça-feira a compra, por uns 20,5 milhões de euros, de três ilhas do desabitado arquipélago, que conta com uma superfície de uns 7 quilômetros quadrados, situados a 150 quilômetros ao nordeste de Taiwan e a 200 ao oeste da ilha japonesa de Okinawa (sul).

À margem da tensão entre China e Japão, Panetta também se reuniu com o ministro da Defesa do Japão, Satoshi Morimoto, para tratar diversos assuntos bilaterais, como o polêmico desdobramento por parte dos EUA de aviões militares Osprey nas bases militares americanas na província de Okinawa, informou a Agência "Kyodo".

Apesar dos EUA ter garantido que não realizariam voos até que o governo japonês exaltasse suas dúvidas sobre sua segurança, o Japão segue preocupado depois que aviões deste tipo foram implicados em recentes acidentes no Marrocos e na Flórida.

Após sua visita ao Japão, Panetta prosseguirá sua viagem à China, onde se reunirá com o ministro da Defesa, Liang Guanglie, para tratar de suavizar as tensões entre Pequim e Tóquio através de diversos acordos militares. EFE

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