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Izabella Teixeira: Rio+20 é oportunidade de combater crise

Ministra do Meio Ambiente acredita reunião terá a partcipação dos principais chefes de Estado do Planeta

A ministra do Meio Ambiente IzabellaTexeira: confiança na Rio+20 (Christophe Simon/AFP)

A ministra do Meio Ambiente IzabellaTexeira: confiança na Rio+20 (Christophe Simon/AFP)

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Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2012 às 15h24.

Porto Alegre - A cúpula Rio+20 que a ONU realizará em junho no Brasil é a grande oportunidade de responder à urgência da crise e alcançar um resultado "amplo e robusto", pelo qual se espera uma participação de governantes semelhante à da Rio-92, disse à AFP a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

"A Rio+20 é uma excepcional oportunidade em um mundo em que as pessoas estão procurando novas ideias e novos processos (...) para aplicar um novo paradigma do desenvolvimento", disse Teixeira em uma entrevista exclusiva.

"A crise econômica, ética, cultural, ambiental que o planeta vive nos mostra a urgência do presente", acrescentou.

O Brasil e a ONU pretendem contar com a presença de governantes "comparável" à da Cúpula da Terra em 1992, quando mais de 100 chefes de Estado e de governo compareceram ao evento, disse a ministra.

"É importante que os chefes de Estado estejam presentes, eles estarão lá. É importante que também estejam a sociedade civil e o setor privado" para haver um compromisso completo, afirmou.

A Rio+20 é a quarta cúpula deste tipo convocada pela ONU, depois da de Estocolmo, em 1972, do Rio de Janeiro, em 1992, e de Joanesburgo, em 2002.

"Há 20 anos se falava do futuro (...) agora temos a emergência do presente", disse Teixeira. "Em 1992 não tínhamos crise, o paradigma era que o neoliberalismo tinha solução para tudo. Agora (...) a crise econômica está aí", disse.

A conferência da ONU estimulará os governantes promoverem uma economia verde e social para o planeta. Ou seja, uma economia que não se baseie somente no cálculo de riquezas do PIB, mas também que inclua indicadores sociais e ambientais que levem em conta a luta contra a pobreza e a limitação dos recursos ecológicos.

"Não podemos falar de sustentabilidade se continuarmos tendo miséria, desigualdade, desemprego, se não tivermos uma nova visão para os ativos ambientais", alertou a ministra.


"A economia verde" que a cúpula propõe "terá que trazer inclusão social, geração de empregos dignos, uso sustentável dos recursos naturais, inovação tecnológica", acrescentou Teixeira.

Analistas e organizações ambientais criticaram o documento base que está sendo negociado pelos países, que consideram pouco comprometido e ambíguo.

Mas o objetivo do Brasil é conseguir um compromisso "amplo e robusto", afirmou Teixeira.

Um dos pontos fortes da cúpula é a definição dos 'Objetivos do Desenvolvimento Sustentável' que obriguem os países a assumir metas de segurança alimentar, acesso à água, empregos verdes e até "padrões de produção e consumo sustentável", entre outros, que já constam no texto base.

Em 2000, 192 países se comprometeram com os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, destinados a erradicar a pobreza e aplicados nos países em desenvolvimento. As novas metas de Desenvolvimento sustentável seriam aplicadas a partir de 2015 a todos os países e seriam complementares, destacou a ministra.

Teixeira participou do Fórum Social em Porto Alegre, o maior evento dos movimentos sociais anticapitalistas do planeta, realizado em uma edição menor destinada a debater a posição da sociedade civil diante da Rio+20.

A presidente Dilma Rousseff defendeu na quinta-feira à noite no Fórum Social um novo modelo de desenvolvimento diante "dos dias difíceis que grande parte da humanidade vive hoje" e convidou a sociedade civil a participar intensamente na Rio+20.

"O que estará em debate na Rio+20 é um modelo de desenvolvimento que articule crescimento e geração de emprego, combate à pobreza e redução das desigualdades, (...) uso sustentável e preservação dos recursos naturais", disse Rousseff.

Os movimentos sociais no Fórum criticam o conceito de Economia Verde, que consideram uma "mercantilização" dos recursos naturais, e pedem uma verdadeira mudança fora do sistema capitalista que leve em conta o bem-estar das pessoas e do planeta.

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