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Itália vai distribuir bônus alimentares em meio à pandemia

O anúncio foi feito depois que a polícia teve que mobilizar agentes para vigiar supermercados na Sicília por conta de saques

Itália: governo desbloqueou uma verba de 400 milhões de euros (Marco Di Lauro/Getty Images)

Itália: governo desbloqueou uma verba de 400 milhões de euros (Marco Di Lauro/Getty Images)

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AFP

Publicado em 28 de março de 2020 às 18h24.

Última atualização em 28 de março de 2020 às 18h31.

O premier da Itália, Giuseppe Conte, anunciou na noite deste sábado que o governo irá distribuir bônus alimentares às pessoas especialmente afetadas pela interrupção da atividade econômica no país por causa da epidemia do novo coronavírus.

O anúncio foi feito depois que a polícia teve que mobilizar agentes para vigiar supermercados na Sicília por conta de saques, também registrados no sul do país.

O governo desbloqueou uma verba de 400 milhões de euros "destinada aos municípios, que deverão distribuí-la entre as pessoas que não tiverem dinheiro para se alimentar", informou o premier durante entrevista coletiva no Palácio Chigi, em Roma. "Isto permitirá emitir bônus alimentares."

"Temos que construir uma rede de solidariedade, ninguém será deixado à própria sorte", prometeu Conte. "Nosso objetivo é garantir liquidez às famílias, empresas e pessoas que trabalham."

A pandemia de Covid-19 acentuou a precariedade em que vive grande parte da população italiana, sobretudo no sul e na Sicília, onde a polícia posicionou agentes neste sábado na frente dos supermercados, para evitar saques.

Bomba social

No Mezzogiorno, sul empobrecido da península, milhões de pessoas vivem do trabalho informal, que não é declarado à Fazenda. Esta população é especialmente vulnerável neste momento, por não poder se beneficiar das medidas tomadas pelo governo italiano para compensar a queda na renda dos trabalhadores.

Depois de quase três semanas de confinamento, parte da população não tem como se alimentar. O "Corriere della Sera", que citou uma possível “bomba social”, afirmou que a polícia vigia as redes sociais e grupos de conversa em que poderiam ser organizadas operações de saque de lojas.

“Temo que a preocupação que cresce entre vários setores da população, com sua saúde, renda e o futuro, acabe se transformando em raiva se a crise se prolongar", declarou ao "La Repubblica" Giuseppe Provenzano, ministro de Coesão Social, encarregado do sul do país.

A pandemia já matou 10.023 pessoas na Itália, que registra 92.472 casos. Bem menos afetada do que outras regiões, na Sicília a Covid-19 matou 57 pessoas (de cerca de 5 milhões), balanço que quase se multiplicou por 10 em uma semana.

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