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Itália terá primeiro governo populista de sua história

O líder do populista Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, e o líder da direitista Liga, Matteo Salvini, chegaram a um novo acordo

Primeiro ministro italiano Giuseppe Conte com o presidente Sergio Mattarella, em Roma, dia 31/05/2018 (Italian Presidential Press Office/Reuters)

Primeiro ministro italiano Giuseppe Conte com o presidente Sergio Mattarella, em Roma, dia 31/05/2018 (Italian Presidential Press Office/Reuters)

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AFP

Publicado em 31 de maio de 2018 às 18h01.

O líder do populista Movimento 5 Estrelas, Luigi Di Maio, e o líder da direitista Liga, Matteo Salvini, chegaram nesta quinta-feira a um novo acordo para formar o primeiro governo populista da história da Itália, após terem fracassado há quatro dias.

"Reuniram-se todas as condições para se formar um governo", anunciaram em um comunicado conjunto, com o qual colocaram em andamento os mecanismos para designá-lo.

O governo deverá ser liderado pelo professor Giuseppe Conte, um jurista sem experiência política convocado hoje pelo presidente da república, Sergio Mattarella, que deverá designá-lo como primeiro-ministro.

Após quase quatro horas de reunião, Di Maio e Salvini chegaram a um acordo sobre uma nova lista de ministros, que substitui na pasta de Economia Paolo Savona, vetado no último domingo por Mattarella por suas posições contrárias ao euro.

Na Itália, uma república parlamentarista, os ministros têm que ser aprovados pelo presidente antes de o Executivo ser ratificado pelo parlamento.

"Compromisso, coerência, ouvir, trabalhar, paciência, senso comum, coração e mente pelo bem dos italianos. Depois de tantos obstáculos, ataques, ameaças e mentiras, parece que conseguimos", publicou Salvini no Facebook.

A ideia de um governo M5E-Liga havia sido abandonada no domingo à noite, após o veto de Mattarella à nomeação à frente do Ministério de Economia e Finanças de Paolo Savona, um economista que considera o euro "uma prisão alemã".

Na quarta-feira à noite, Luigi Di Maio propôs um compromisso: manter Savona, mas em outra posição, e nomear em seu lugar uma personalidade "do mesmo escopo".

Segundo a imprensa local, Savona será ministro dos Assuntos Europeus, enquando o estratégico Ministério da Economia ficaria a cargo do professor de economia política e jurista Giovanni Tria.

"Já que não é necessário um governo técnico, renunciei ao cargo dado pelo presidente Mattarella", anunciou o economista Carlo Cottarelli no palácio presidencial.

"Um governo de caráter político é a melhor solução para o país e evita a incerteza que novas eleições geram", acrescentou Cottarelli, a quem haviam pedido que formasse um governo de transição ante a crise política.

A Itália estava há 89 dias sem governo, desde as eleições de 4 de março.

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