Barco da Guarda Costeira italiana em Lampedusa: segundo ele, Roma está analisando a possibilidade de conceder a gestão dos centros à Cruz Vermelha (Alberto Pizzoli/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2013 às 13h24.
Bruxelas - O governo italiano decidiu rescindir o contrato com a empresa que gerenciava os centros de acolhimento de imigrantes na ilha de Lampedusa, após denúncias de aplicação de um "tratamento de desinfecção" aos estrangeiros.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (19) pelo vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano. Segundo ele, Roma está analisando a possibilidade de conceder a gestão dos centros à Cruz Vermelha Internacional.
"O Estado e o governo italiano não podem aceitar que existam, em seu próprio território, situações de violação de integridade, de dignidade, de privacidade. Por isso decidimos rescindir o contrato", disse Alfano.
"É uma decisão dura e radical, temos consciência disso. Mas acreditamos que essa é a única medida para que a opinião pública nacional e internacional saiba que não transgredimos os nosso princípios".
Na segunda-feira, uma emissora italiana divulgou um vídeo sobre tratamento recebido por imigrantes ilegais nos centros de acolhimento de Lampedusa. As imagens mostram os estrangeiros nus - apesar do frio - e com os braços abertos, sob os olhos de todos, passando por um processo de desinfecção contra a sarna.
A situação já foi comparada no país a campos de concentração nazistas e provocou reações por todos os lados.