Mundo

Itália promete à UE definir plano de crescimento até novembro

Ele estabelecerá condições estruturais que favoreçam o crescimento econômico do país, com medidas como o aumento da idade de aposentadoria

Plano está na carta enviada pelo Governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi às autoridades europeias (Andreas Solaro/AFP)

Plano está na carta enviada pelo Governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi às autoridades europeias (Andreas Solaro/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de outubro de 2011 às 18h22.

Roma - O Governo da Itália se comprometeu nesta quarta-feira com a União Europeia (UE) a definir até 15 de novembro um plano que estabelecerá condições estruturais que favoreçam o crescimento econômico do país, com medidas como o aumento da idade de aposentadoria.

Este plano está na carta enviada pelo Governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi às autoridades europeias, em resposta às exigências feitas pela UE para que a Itália adotasse medidas destinadas a sanear suas contas públicas, a fim de tranquilizar os mercados.

O conteúdo do texto foi conhecido nesta quarta-feira, após o anúncio de que a carta tinha sido enviada a Bruxelas e que Berlusconi viajaria à capital belga para participar do Conselho Europeu.

A carta indica que o Governo trabalha para criar condições que favoreçam o crescimento e que, para isso, o Executivo considera necessário intervir na "composição do balanço" orçamentário.


O texto estabelece que o Governo atuará sobre quatro âmbitos nos próximos oito meses: "nos dois primeiros eliminará vínculos e restrições à concorrência e à atividade econômica para permitir níveis produtivos maiores e custos e preços inferiores".

"Antes de quatro meses, definirá medidas que favoreçam o dinamismo das empresas. Antes de seis meses, serão adotadas medidas que favoreçam a acumulação de capital físico e capital humano e acrescentem eficácia", continua a carta.

Por último, em um prazo máximo de oito meses, "será concluída uma reforma do mercado de trabalho", ressalta.

Assim, o Executivo de Berlusconi se compromete a revisar as políticas de promoção e valorização do capital humano, de abertura dos mercados à concorrência e de apoio aos empresários e à inovação.


O Governo italiano prevê, além disso, uma simplificação das normas da administração pública, a agilização do sistema judiciário, a aceleração da construção de novas obras de infraestrutura e a modernização do sistema universitário e a racionalização dos gastos públicos.

Em relação às remodelações no mercado de trabalho, o Executivo italiano prevê a introdução de uma nova regulação de demissões por motivos econômicos nos contratos indefinidos, assim como a aprovação de medidas para promover a ocupação juvenil com a implementação, entre outros, de contratos de aprendizagem.

A carta confirma, além disso, intervenções no sistema de previdência, com uma elevação progressiva entre 2012 e 2026 da idade de aposentadoria, dos atuais 65 anos para 67 anos, como já havia anunciado nesta terça-feira à noite a ministra de Educação italiana, Mariastella Gelmini.

Além disso, o Governo pretende definir antes de 30 de novembro um plano para a venda de imóveis do Estado, com o qual estima receitas de 5 bilhões de euros anuais nos próximos três anos.


O Executivo indica que sua intenção é aprovar uma emenda à Constituição, antes de meados de 2012, para introduzir a chamada "regra de ouro" sobre o equilíbrio orçamentário.

Acompanhe tudo sobre:Crise econômicaCrises em empresasEuropaItáliaPaíses ricosPersonalidadesPiigsPolíticosSilvio Berlusconi

Mais de Mundo

Zelensky critica tentativas de China e Brasil de impor novo plano de paz

Consumidores dos EUA começam a procurar porções menores nos restaurantes, diz relatório do setor

Exército de Israel diz que tropas devem ficar prontas para uma possível entrada no Líbano

"Aumento do nível do mar modificará economia, política e segurança", alerta chefe da ONU