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Itália e Espanha precisam agir rápido para ganhar confiança do mercado

Países sofrem com alta na taxa de risco; analistas alertam que a União Europeia não conseguiria ajudar caso a situação piore

O novo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti: desafio de acabar com a crise (Getty Images)

O novo primeiro-ministro da Itália, Mario Monti: desafio de acabar com a crise (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2011 às 17h00.

Milão - As taxas de risco de Itália e Espanha estão ainda em níveis controláveis, mas ambos devem agir rapidamente para recuperar a confiança do mercado, pois a União Europeia (UE) não poderia socorrê-los no caso de uma eventual quebra, dizem analistas.

Roma e Madri foram obrigados a pagar taxas muito elevadas na emissão de seus títulos desta semana, o que deixou o mercado tenso. No caso da Espanha, o aumento do risco foi reforçado pelo nervosismo trazido pela eleição geral de 20 de novembro.

Sob intensa pressão dos mercados, a taxa de títulos italianos a 10 anos - usada como referência para avaliar a saúde econômica do país - subiu para 7,013% na terça-feira, enquanto que a da Espanha subiu para 6,298%.

Segundo especialistas de mercado, esses países precisam agir rapidamente para recuperar a confiança do mercado, pois a União Europeia não teria meios para salvá-los caso esse cenário se deteriore ainda mais.

"Na Grécia, é preciso mostrar que o país será mesmo reformado para impulsionar o crescimento, e, na Itália, Mario Monti precisa começar a trabalhar", disse Jean-Francois Robin, analista do Natixis banco, em referência ao tecnocrata nomeado para liderar o governo italiano.

Nesse patamar de rico, por exemplo, os países já não são mais capazes de pedir dinheiro emprestado nos mercados comerciais. Ao mesmo tempo, no entanto, os analistas dizem que é difícil determinar em que nível exatamente as taxas ficariam insustentáveis.

"Antes diziam 6,0%, agora dizem 7%, mas na verdade depende de quanto tempo a taxa permanece neste patamar", disse Robin.

Caso os níveis dos títulos italianos permaneçam em 7% no ano que vem, o custo extra para o país seria de 7 bilhões de euros (9,5 bilhões de dólares), o que não é considerado um valor muito alto para um país que ainda possui superávit primário em sua balança, diz Robin.

De acordo com os resultados de um "teste de resistência" realizado pelo Banco da Itália, a dívida colossal do país - no valor de cerca de 120% do Produto Interno Bruto (PIB) - seria "sustentável", mesmo com taxas de 8%.

Na Espanha, Daniel Pingarrón, da Corretoa IG Markets, diz que as taxas podem chegar ainda até 7%.

"A dívida da Espanha, de 65% do PIB, é quase a metade da dívida da Itália", disse Roldan.

Especialistas preveem que o refinanciamento dos dois países custará cerca de 300 bilhões de euros para a Itália, e cerca de 100 bilhões de euros para Espanha.

Mas, como ambos sofrem com um crescimento anêmico, os juros sobre sua dívida pode subir, forçando-os a impor duras cortes no novo orçamento para que seja possível cumprir as metas econômicas. Este "círculo vicioso" pode criar problemas a longo prazo.

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