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Itália e Brexit: dois documentos definem hoje futuro da Europa

Orçamento da Itália e documento sobre Brexit serão apresentados nesta terça-feira, em dois episódios que colocam em jogo o futuro próximo do bloco europeu

Theresa May: Nesta terça feira, o governo do Reino Unido vai entregar seu documento final sobre o Brexit

Theresa May: Nesta terça feira, o governo do Reino Unido vai entregar seu documento final sobre o Brexit

DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2018 às 03h30.

Última atualização em 13 de novembro de 2018 às 06h12.

Dois documentos a serem analisados nesta terça-feira colocam o futuro próximo da União Europeia em jogo. De um lado, vence o prazo para o governo italiano entregar o seu Orçamento de 2019 à Comissão Europeia. Pode ser um episódio que reforce a solidez do bloco europeu ou que coloque a seriedade orçamentária da Europa em risco.

De outro, com meio pé para fora do bloco europeu, o governo do Reino Unido vai entregar ao Parlamento britânico seu documento final sobre o Brexit, processo de separação da União Europeia.

O primeiro orçamento apresentado pelo governo italiano previa o corte de auxílios sociais para as classes mais baixas, diminuição de impostos e o corte na idade da aposentadoria — mas ainda assim estipulava um aumento de gastos, violando as leis da União Europeia para países nas cordas como a Itália. O Parlamento Europeu vetou tal orçamento, e deu o prazo até hoje para uma conta mais “real” ser apresentada.

A questão é que, para isso, o novo governo italiano terá que se render à queda na economia, apresentado um déficit de 2,4% de seu PIB, além de um crescimento abaixo de 1,5% para o ano que vem. Regras à parte, o que está em jogo com o novo orçamento é a confiança sobre o governo do país. Eleito em maio deste ano, ele engloba partidos de extrema-direita, que pregam políticas anti-imigratórias e protecionistas, o que desagrada o bloco europeu. O orçamento fora dos padrões seria visto como um desafio a Bruxelas.

No Reino Unido, o que está em jogo com o documento oficial do Brexit é a força que a primeira-ministra Theresa May ainda terá para conduzir o divórcio, que ocorrerá em março do ano que vem.

Segundo o chefe de negociações da União Europeia, Michel Barnier, o Reino Unido recebeu as condições necessárias para apresentar um texto que seja de comum acordo aos dois negociantes, e que por isso espera May sinalizar que garantiu votos suficientes para aprovar o acordo no Parlamento. O problema é que especialistas e membros do governo britânico especulam que o documento não será “bom” o suficiente para abarcar os polêmicos temas como da fronteira das Irlandas e os acordos comerciais com União Europeia.

Com isso, teme-se que a cúpula especial do bloco para chancelar o acordo do Brexit marcada para novembro não aconteça, e que o processo tenha que ser adiado. Entre a empáfia italiana e a desorganização britânica se equilibra o destino do maior bloco do planeta.

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