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Itália comovida por atentado a bomba contra colégio

A bomba era composta por três bujões de gás colocados em um contêiner e explodiu perto do instituto feminino Francesca Morvillo Falcone

Quanto às outras seis estudantes feridas, duas delas sofreram queimaduras em 40% do corpo (Mario Tama/Getty Images)

Quanto às outras seis estudantes feridas, duas delas sofreram queimaduras em 40% do corpo (Mario Tama/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de maio de 2012 às 17h58.

Roma - O atentado cometido neste sábado contra um colégio feminino na cidade de Brindisi, no sudeste da Itália, custou a vida de uma adolescente de 16 anos, feriu outras sete e chocou a população da Itália, que não encontra explicações para uma atrocidade como esta.

A autoria do atentado ainda não foi assumida. O procurador nacional Antimáfia, Piero Grasso, se deslocou ao local do ataque, mas persistem sérias dúvidas de que seja obra da máfia.

Depois de se reunir com o procurador na delegacia de Brindisi, o promotor de Lecce, Cataldo Motta, disse que 'as organizações mafiosas locais buscam um consenso social, e um ato semelhante afasta qualquer simpatia para quem o cometeu'.

O atentado foi cometido às 7h45 locais (2h45 de Brasília) com uma bomba composta por três bujões de gás colocados em um contêiner que explodiu perto do instituto feminino Francesca Morvillo Falcone na passagem de um grupo de alunas.

A explosão tirou a vida de Melissa Bassi, que morreu na ambulância que a levava ao hospital, e feriu gravemente sua colega Veronica Capodieci, também de 16 anos - a imprensa italiana chegou a noticiar por engano a morte desta segunda jovem. Veronica passou por cirurgia geral, torácica, plástica e ortopédica. Ainda não há notícias sobre a previsão de seu estado.

Segundo fontes ligadas à investigação, as duas estudantes acabavam de descer do ônibus escolar quando foram atingidas em cheio pela explosão.


Quanto às outras seis estudantes feridas, duas delas sofreram queimaduras em 40% do corpo e terão de ser submetidas a cirurgia plástica.

Moradores do local informaram que a explosão foi muito potente e destruiu as janelas do colégio e dos edifícios contíguos em um raio de 200 metros de distância.

Membros da polícia científica encontraram um detonador preparado para explodir às 7h55 locais (2h55 de Brasília), dez minutos depois do incidente.

A investigação indica que os bujões de gás foram ativados a distância quando o grupo de meninas que chegou de ônibus da cidade de Mesagne se dirigia ao colégio.

O colégio alvo do ataque tem o nome da juíza Francesca Morvillo Falcone, que foi assassinada em um atentado no dia 23 de maio de 1992 junto com seu marido, o também magistrado Giovanni Falcone, e três guarda-costas. Seu marido ficou conhecido pela luta judicial contra a máfia.

Os investigadores, que não descartam nenhuma hipótese, analisam a relação do ataque deste sábado com a proximidade do 20º aniversário do atentado que matou o casal de juízes Falcone.


Também se sabia que uma caravana antimáfia que partiu de Roma no dia 11 de abril chegava justo neste sábado a Brindisi. A caravana, que pretendia chegar à Sicília no dia 11 de outubro, chegou a Brindisi e tinha parado em frente ao colégio feminino.

Outra das hipóteses analisadas é a possibilidade de o autor do atentado ser da chamada Sacra Corona Unita (SCR), máfia da região da Apúlia, alinhada com grupos criminosos dos Bálcãs e que, no último dia 9, teve 16 membros presos na cidade de Mesagne, da qual eram originárias as meninas.

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, reagiu com contundência ao condenar o incidente. De Camp David (EUA), onde participa da cúpula de líderes do G8, afirmou que 'o governo agirá com firmeza e determinação contra qualquer tipo de atos criminosos'.

Monti decretou luto oficial de três dias, com bandeiras a meio-mastro em toda a Itália, e expressou sua 'condolência e proximidade às famílias e às vítimas' de Brindisi, onde uma adolescente de 16 anos morreu e outras sete estudantes ficaram feridas, uma delas em estado grave.

O Vaticano, por meio de seu porta-voz oficial, o jesuíta Federico Lombardi, manifestou sua rejeição ao que chamou de ação 'absolutamente horrível e vil, ainda mais execrável por ter ocorrido nas cercanias de uma escola contra jovens totalmente inocentes'.

Os eventos esportivos deste fim de semana na Itália farão um minuto de silêncio em homenagem às vítimas.

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