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Itália apoia Palestina como Estado observador da ONU

Segundo governo italiano, o reconhecimento servirá para reiniciar o processo de paz entre israelenses e palestinos


	Mario Monti: o líder italiano ligou para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e para o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, para explicar sua posição
 (Olivier Morin/AFP)

Mario Monti: o líder italiano ligou para o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, e para o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, para explicar sua posição (Olivier Morin/AFP)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2012 às 12h41.

Roma - A Itália votará nesta quinta-feira a favor do reconhecimento da Palestina como Estado observador das Nações Unidas na votação que será realizada na Assembleia Geral da ONU, e se alinhará assim com a posição de alguns países europeus como França e Espanha.

Segundo comunicado do governo, o apoio da Itália faz parte de seu compromisso para "reiniciar o processo de paz com o objetivo de dois Estados e dois povos, um israelense e um palestino, que possam viver em paz, segurança e mútuo reconhecimento".

"A decisão italiana de apoiar a resolução que atribui à Palestina o status de Estado observador permanente das Nações Unidas é um impulso para a continuidade do caminho do diálogo e contra qualquer extremismo", diz a nota.

O governo liderado por Mario Monti, que ligou para o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para explicar sua posição, acredita que "o nascimento de um Estado da Palestina como membro de pleno direito da ONU poderá acontecer apenas e exclusivamente com a negociação e o acordo direto entre as partes".

"Ao dar apoio à resolução, a Itália, em coordenação com outros parceiros europeus, pediu em paralelo ao presidente Abbas que aceite o reatamento imediato das negociações de paz incondicional anteriores e que se abstenha de utilizar o voto de hoje para obter o acesso a outras agências especializadas da ONU, com o objetivo de recorrer ao Tribunal Penal Internacional ou fazer uso retroativo", segundo a nota.

Monti garantiu a Netanyahu, "insistindo em que esta decisão não representa nenhum afastamento da forte e tradicional amizade com Israel, o firme compromisso italiano para evitar qualquer instrumentalização que possa levar indevidamente Israel, que tem direito de garantir sua própria segurança, ao Tribunal Penal Internacional", prossegue o texto.

O governo italiano lembra que nos últimos meses trabalhou em prol do reatamento do diálogo e da negociação entre palestinos e israelenses, com contatos com ambas as partes.

Contra o reconhecimento da Palestina como Estado observador da ONU se pronunciaram Israel e Estados Unidos. Já a União Europeia (UE) não tem uma postura em comum, pois países como o Reino Unido anunciaram que vão se abster, enquanto França, Espanha e o bloco escandinavo votarão a favor. 

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