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Itália aguarda decisão de Monti sobre futuro político

Em um ano no cargo, primeiro-ministro impôs uma série de aumentos tributários e reformas para afastar a Itália de uma crise econômica como a da Grécia


	Monti postou-se diante da tumba de São Francisco e rezou para o homem que pregava aquilo que os franciscanos chamam de "o dom do discernimento"
 (Divulgação)

Monti postou-se diante da tumba de São Francisco e rezou para o homem que pregava aquilo que os franciscanos chamam de "o dom do discernimento" (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 09h10.

Assis - O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, postou-se diante da tumba de são Francisco de Assis e rezou para o homem que pregava aquilo que os franciscanos chamam de "o dom do discernimento".

É algo de que ele precisará logo, para decidir se disputa ou não um novo mandato no ano que vem, algo que muitos líderes europeus já disseram que seria conveniente.

Nenhuma decisão foi tomada após uma reunião, no domingo, em que ele discutiu seu futuro político com o presidente Giorgio Napolitano, o homem que o nomeou há um ano para comandar um governo tecnocrata encarregado de salvar a Itália de um colapso financeiro. Napolitano disse a jornalistas que Monti irá revelar pessoalmente sua decisão.

Monti disse à Reuters que o jantar com os monges franciscanos, na noite de sábado, foi "uma grande emoção". "Combinou arte, história, religião e simplicidade, como são Francisco nos pregava", disse.

Questionado se a visita o ajudaria a decidir seu futuro, ele afirmou: "É claro, é claro que irá". Acrescentou, no entanto, que ainda não sabe quando decidirá se concorrer ou não nas eleições previstas para fevereiro.

Em um ano no cargo, Monti, um economista de 69 anos, impôs uma série de aumentos tributários e reformas para afastar a Itália de uma crise econômica como a da Grécia.

Homem sóbrio e reservado, com um sutil senso de humor, Monti recebe louvores dos mercados, que tremem ao pensar na incerteza que outro governo poderia causar para a Itália e a Europa como um todo.

Políticos alemães como a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, e o presidente da França, François Hollande, chocados com a possibilidade de que seu antecessor Silvio Berlusconi volte ao poder, fazem elogios a Monti e o estimulam a disputar um mandato eleitoral.

Seu governo tecnocrata (apolítico) vinha sendo apoiado por uma ampla coalizão partidária, mas o centro-direitista Povo da Liberdade (PDL), de Berlusconi, retirou seu apoio há dez dias, levando Monti a anunciar que irá renunciar assim que um novo orçamento for aprovado, o que pode ocorrer até o fim desta semana.

O Partido Democrático, de centro-esquerda, é favorito para vencer a eleição. O PD promete manter a disciplina fiscal implantada por Monti e deseja que ele participe de um futuro governo, mas não como primeiro-ministro.

Há também ampla expectativa de que Monti, caso não continue como primeiro-ministro, se torne presidente da República, no lugar de Napolitano.

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