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Israelenses respondem a novos disparos de foguetes da Faixa de Gaza

Confrontos colocam o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em uma situação delicada a menos de duas semanas das eleições legislativas

Israelenses atacam área do Hamas, na Faixa de Gaza, nesta quarta-feira (27) (Mohammed Salem/Reuters)

Israelenses atacam área do Hamas, na Faixa de Gaza, nesta quarta-feira (27) (Mohammed Salem/Reuters)

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AFP

Publicado em 27 de março de 2019 às 10h04.

A aviação israelense bombardeou vários alvos na Faixa de Gaza nesta quarta-feira, 27, em retaliação pelo disparo de mais foguetes palestinos, um novo surto de violência que coloca em risco a frágil trégua anunciada pelo Hamas na segunda-feira.

Além disso, um agente humanitário palestino de 17 anos foi morto por disparos de armas israelenses em confrontos em um campo de refugiados perto de Belém, na Cisjordânia ocupada, segundo o ministério da Saúde da Palestina. O cessar-fogo anunciado pelo Hamas na segunda-feira após uma mediação egípcia, mas não confirmada por Israel, foi interrompido na noite de terça-feira com três foguetes disparados de Gaza.

Estes novos confrontos colocam o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em uma delicada situação a menos de duas semanas das eleições legislativas de 9 de abril.

Este incidente acontece após advertências de Netanyahu. "Posso dizer que estamos preparados para fazer muito mais. Faremos o necessário para defender o nosso povo e o nosso Estado", declarou o premiê. O primeiro-ministro não descartou, em caso de necessidade, uma operação terrestre em Gaza, algo muito arriscado se levado em conta o balanço das três últimas guerras em Gaza.

Um dos projéteis foi interceptado pelo sistema de defesa antiaéreo israelense, segundo o exército de Israel. A força aérea israelense respondeu com bombardeios a alvos no sul da Faixa de Gaza, incluindo uma base militar do Hamas e uma oficina de fabricação de armas em Khan Yunes, disseram os militares.

Israel novamente apontou a "organização terrorista Hamas" como responsável pelo lançamento de foguetes. "O Hamas está errado se achar que não reagiremos contra foguetes, bombas e incursões na fronteira israelense que ameaçam as vidas de cidadãos israelenses", disse o Exército em sua conta no Twitter.

O Hamas, a Jihad Islâmica e outros grupos armados em Gaza disseram que o foguete de segunda-feira foi a ação de um "indivíduo" e reafirmou "o compromisso das diferentes facções de manter a calma".

Esta enésima onda de violência desde 2007, anos em que o Hamas assumiu o poder no enclave atingido por guerras, pobreza e o bloqueio israelense e egípcio, começou na segunda-feira com o lançamento de um foguete palestino. Aviões, helicópteros e tanques israelenses responderam bombardeando dezenas de alvos em Gaza, ferindo sete moradores de Gaza, segundo os serviços de emergência no território palestino.

Desde 2007, Israel e as milícias palestinas lideradas pelo Hamas travaram três guerras na Faixa de Gaza.

O próximo sábado marca o primeiro aniversário do início dos protestos semanais na fronteira contra o bloqueio israelense, no qual mais de 250 palestinos morreram. O Hamas deve decidir se o movimento será mantido nesse contexto de alta tensão.

Menos de duas semanas antes das eleições de terça-feira, 9 de abril, o primeiro-ministro israelense enfrenta uma situação difícil. Seus adversários o acusam de ter desperdiçado a força de dissuasão de Israel contra o Hamas nos últimos cinco anos desde a última guerra em Gaza em 2014.

Netanyahu afirmou que a resposta israelense de segunda foi a mais intensa desde 2014.

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