Para ativistas, o governo de Benjamin Netanyahu está transformando a religião judaica em nacionalismo (©AFP / Gali Gibbon)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2012 às 19h46.
Washington - Cerca de 100 israelenses, palestinos e ativistas americanos protestaram nesta segunda-feira em frente à Casa Branca por ocasião da reunião mantida entre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Enquanto judeus israelenses ortodoxos protestaram contra o que consideram um abuso da religião por parte do Estado de Israel, os ativistas pró-palestinos se opuseram a uma hipotética intervenção militar no Irã.
'Queremos que Obama e os lobbies saibam que seria uma grande tragédia para os EUA e Israel realizar ações militares na região', disse à Agência Efe o ativista Andrew Meyer, porta-voz da Fundação Rachel Corrie, de direitos humanos. Para ele, é 'materialmente impossível' que o Irã desenvolva armas nucleares e, por isso, ele defende a diplomacia como solução às tensões.
Meyer reiterou a reivindicação pelo fim imediato da 'ocupação israelense' nos territórios palestinos e denunciou a grave situação humanitária desse povo.
Já o rabino Yisroel Dovid Weiss se opôs frontalmente à ação política e militar do governo de Benjamin Netanyahu porque considera que os governantes israelenses estão transformando a religião judaica em nacionalismo.
'O sionismo foi se convertendo em uma nova ideologia desenvolvida por gente que odeia Deus e consiste em transformar a religião em nacionalismo', declarou o rabino.
Porta-voz de um grupo de judeus americanos e israelenses, Weiss afirmou à Efe que 'tomar uma parte de território e deixá-la para outras pessoas significa simplesmente abusar dos direitos humanos'. Ele desaconselhou os lobbies nos EUA a falarem 'em nome dos israelenses e do judaísmo'.
O rabino se referiu ao discurso do presidente Obama no domingo passado no principal lobby pró-israelense nos EUA, o Aipac (Comitê de Assuntos Públicos Americano Israelense).