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Israelenses de todo o país pedem o fim da guerra em Gaza: "Prolongá-la não é a solução"

Participantes carregam bandeiras israelenses e amarelas, assim como camisetas com frases que pedem o fim da guerra e o retorno dos reféns do Hamas

Um homem segura um cartaz que diz: “Parem de matar Gaza de fome. As vidas dos palestinos importam. Parem o genocídio”, durante uma manifestação convocada em Jerusalém. (Atef Safadi/EFE)

Um homem segura um cartaz que diz: “Parem de matar Gaza de fome. As vidas dos palestinos importam. Parem o genocídio”, durante uma manifestação convocada em Jerusalém. (Atef Safadi/EFE)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 17 de agosto de 2025 às 09h49.

Jerusalém/Tel Aviv, 17 ago (EFE).– Israel vive neste domingo, 17, uma jornada de greve nacional, convocada por várias organizações que rejeitam a guerra na Faixa de Gaza e exigem a libertação dos reféns israelenses, com protestos desde a madrugada em cidades e estradas de todo o país, poucos dias depois de o governo aprovar a expansão da ofensiva no enclave palestino.

Entre os que participam da greve está Steve Zussman, de 49 anos, que se juntou de madrugada ao protesto no centro de Jerusalém em memória de seu filho mais velho, Ben, um reservista de 22 anos que morreu em dezembro de 2023 combatendo em Gaza.

“Não estamos em condições de ceder ao (grupo islamista) Hamas depois das coisas terríveis que nos fizeram em 7 de outubro (de 2023), e exigimos que libertem os reféns. De forma alguma permitiremos que voltem a representar uma ameaça contra nós”, declara Zussman à EFE cercado por dezenas de pessoas com fotos dos reféns e cartazes com frases como “Chega de guerra, queremos viver”, junto a bandeiras israelenses e amarelas, da cor que simboliza os cativos em Gaza.

“Por outro lado, prolongar indefinidamente a guerra em Gaza não é a maneira correta de agir”, acrescenta. “Israel precisa demonstrar, para si mesmo e para o mundo, que buscamos a paz”.

“Prolongar a guerra não é a solução. Não acredito que possamos falar em segurança nacional enquanto continuarmos permitindo que as pessoas permaneçam em Gaza”, diz por sua vez Tanner Smith, um norte-americano de 24 anos que estuda no Colégio União Hebraica de Jerusalém para se tornar rabino, e que se junta ao protesto ao lado de seus colegas de universidade após uma iniciativa de seus professores.

“O objetivo principal deve ser libertar as pessoas e depois poderemos falar sobre a situação de segurança”, acrescenta. Acredita-se que ainda haja 50 reféns em Gaza, entre eles 20 vivos.

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Desde a manhã, o trajeto entre Jerusalém e Tel Aviv, que de carro costuma durar uma hora, foi interrompido por protestos e veículos com bandeiras israelenses e fitas amarelas que avançavam lentamente ou bloqueavam diretamente a rodovia.

Uma das participantes que bloqueou a via foi Katia Armosa, de 72 anos, que afirma, no meio do caminho entre Tel Aviv e Jerusalém, que essa é sua segunda manifestação.

“Hoje é o dia 681 desde que (os reféns) estão nos túneis de Gaza sem serem libertados. Estamos aqui para tentar, desta vez, que o governo nos escute”, diz à EFE em meio à estrada, onde uma dezena de manifestantes bloqueia o trânsito por cerca de vinte minutos, queimando pneus e exigindo por alto-falante o retorno dos reféns de Gaza.

“Se a guerra terminar, estaremos muito mais seguros do que estávamos em 7 de outubro de 2023”, afirma pouco antes da chegada da polícia para dispersar o protesto.

"Agora o razoável é continuar com a diplomacia"

O ponto alto da jornada de greve está previsto para a noite em Tel Aviv, na Praça dos Reféns, batizada assim depois que familiares e simpatizantes instalaram ali um acampamento permanente para exigir a libertação dos cativos em Gaza.

Durante o dia, a praça está coberta de barracas e estandes onde se vendem camisetas, bonés e outros artigos em apoio à causa, além de contar com instalações artísticas.

Sob o calor do meio-dia, centenas de pessoas buscam refúgio nas tendas montadas ao lado do Museu de Arte e nas cafeterias dos arredores, decoradas com cadeiras amarelas, transformadas em símbolo dos reféns, ao lado de seus retratos.

Muitos participantes carregam bandeiras israelenses e amarelas, assim como camisetas com frases que pedem o fim da guerra e o retorno dos cativos.

Shay Lev Ari, de 39 anos, junta-se à greve na praça. “Acredito que, quase dois anos após o início da guerra, o Hamas já perdeu a maior parte de seu poder e agora o sofrimento é dos dois lados”, explica.

“Somos contra a guerra. Queremos que todos os reféns sejam libertados e que a violência em Gaza pare”, declara Guy Nir, de 40 anos, enquanto percorre a praça com uma bandeira israelense.

“Quando começou foi horrível, mas necessário. No entanto, depois de alguns meses, os motivos deixaram de ser relevantes”, opina.

“Se alguém quer acabar com o Hamas, pode fazê-lo combatendo, e isso foi eficaz quando tinham grande capacidade militar”, acrescenta Guy, para quem “agora o razoável é continuar com a diplomacia, abrir Gaza, permitir que países do mundo comecem a reconstruir, que entrem esforços humanitários e enfraquecer politicamente o Hamas”. EFE

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