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Israel sabia de contatos entre EUA e Irã antes de acordo

Israel descobriu que houve contatos secretos entre os EUA e o Irã meses antes do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ser informado oficialmente, diz jornal


	O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu: somente após conversa entre Obama e Hassan Rohani os EUA começaram a informar aliados
 (Jack Guez/AFP)

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu: somente após conversa entre Obama e Hassan Rohani os EUA começaram a informar aliados (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 10h10.

Jerusalém - O órgão de inteligência de Israel descobriu que houve contatos secretos entre os Estados Unidos e o Irã meses antes de o presidente Barack Obama informar ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que negociava oficialmente com Teerã, informa nesta segunda-feira o jornal "Ha"aretz".

A matéria cita um alto funcionário da inteligência israelense, que revelou que seu país descobriu as conversas no início do verão.

A existência do canal secreto entre Washington e Teerã revelado publicamente no domingo por uma agência de notícias internacional e um site de notícias na internet.

Ambas as informações apareceram simultaneamente, logo depois que fosse anunciado o acordo alcançado em Genebra pelo G5+1 com o Irã, que paralisará durante seis meses o programa nuclear iraniano.

Esse mecanismo começou inclusive antes das eleições presidenciais no Irã no mês de junho, conforme as informações surgidas no domingo.

A maior parte dos encontros aconteceu no estado do Golfo Pérsico de Omã e também foram secretos em um primeiro momento para os aliados dos EUA, incluindo Israel.

Somente após a conversa telefônica entre Obama e o presidente iraniano, Hassan Rohani, em setembro passado, os EUA começaram a informar a seus aliados sobre as conversas secretas com o Irã.


O "Ha"aretz" afirma que altos membros do gabinete israelense tinham revelado em discursos aos veículos de imprensa nos últimos meses que os EUA mantiveram contatos diretos e secretos com a república islâmica, embora não tenham divulgado detalhes sobre quem esteve envolvido nas conversas.

Os ministros israelenses afirmaram que os contatos entre as potências internacionais e o Irã eram apenas fachada para as verdadeiras negociações entre os EUA e o Irã.

A Casa Branca negou várias vezes a existência de do canal oculto quando foram divulgadas as informações divulgadas por meios de imprensa israelenses.

Israel foi oficialmente informado dos contatos secretos há dois meses, seis meses depois que começaram e, um dia após saber, Netanyahu fez um duro discurso sobre o Irã na Assembleia-geral da ONU.

O presidente dos Estados Unidos ligou ontem para o primeiro-ministro israelense para analisar o acordo temporário alcançado no domingo em Genebra.

Em comunicado, a Casa Branca informou que os dois líderes "reafirmaram seu objetivo comum de impedir que o Irã obtenha uma arma nuclear" e Obama explicou a Netanyahu que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha utilizarão os próximos meses para buscar "uma solução duradoura, pacífica e integral".

Netanyahu declarou ontem que o que se tinha conquistado em Genebra era "um erro histórico" e que "o mundo se transformou em um lugar muito mais perigoso".

Os dois países acordaram permanecer em estreito contato durante os seis meses que dura o acordo e continuam as negociações em busca de uma solução definitiva.

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