Ministro da Defesa de Israel Ehud Barak: "Dissemos que não achamos que se deva permitir que sistemas aperfeiçoado de armas sejam transferidos no Líbano", afirmou Barak. (REUTERS/Michael Dalder)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 13h33.
Damasco - Israel reconheceu implicitamente ter realizado bombardeios aéreos na semana passada em território sírio, mas ainda não ficaram claras suas intenções, num momento em que o regime de Damasco está se desintegrando, com o consequente risco de que armas acabem sendo disseminadas pela região.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, confirmou implicitamente no domingo, em Munique, o ataque de quarta-feira por parte de aviões da força aérea de Israel contra instalações militares próximas a Damasco.
"Isso aconteceu há alguns dias [...] mostra que, quando dizemos uma coisa, nós mantemos nossa palavra. Dissemos que não achamos que se deva permitir que sistemas aperfeiçoado de armas sejam transferidos no Líbano", afirmou Barak durante a Conferência de Segurança de Munique.
Até então, Israel não havia comentado as informações confirmadas pelo secretário americano de Defesa, Leon Panetta, que indicou que Israel havia realizado bombardeios aéreos contra mísseis e um complexo militar perto de Damasco.
Apenas dois dias depois do ataque, o secretario americano disse à AFP, em Washington, que havia uma crescente preocupação sobre a possibilidade de que o "caos" na Síria permita ao poderoso grupo libanês Hezbollah obter armamento sofisticado a partir de Damasco.
Segundo uma fonte militar americana, citada pelo jornal The New York Times, os danos causados no centro sírio de estudos e pesquisa científicos foram provoavalmente ocasionados por bombas que visavam veículos transportando armas antiaéreas e depois pela explosão de mísseis.
Um alto funcionário americano indicou na sexta-feira à AFP que o bombardeio nos subúrbios de Damasco foi realizado contra mísseis terra-ar e um conjunto de prédios militares nos quais supostamente haveria armas químicas.
Paralelo a isso, foram posicionadas baterias antimísseis no norte de Israel durante os últimos dias, a fim de interceptar possíveis disparos provenientes da Síria ou do Líbano.
Por sua parte, um alto funcionário do governo iraniano afirmou nesta segunda-feira, durante uma visita a Damasco, que Israel "lamentará a agressão" contra a Síria.
"A entidade sionista lamentará sua agressão contra a Síria, como lamentou suas guerras dos 33 dias, dos 22 dias e dos oito dias", disse o secretário do Conselho Supremo da Segurança Nacional do Irã, Said Jalili.
Ele fez referência à ofensiva contra o Hezbollah em 2006 e aos dois ataques contra a Faixa de Gaza em 2008 e em 2012.
O Irã é o principal aliado regional do regime do presidente Bashar al-Assad.
Para o analista militar Avi Issacharoff, "a nova situação de Israel em termos de segurança é complexa e complicada".
Dirigentes israelenses, como Ehud Barak, afirmaram em várias oportunidades achar que Assad perderá o poder em breve.
Fontes da segurança indicaram no domingo que Israel pensa em instaurar uma zona de defesa na Síria para que grupos armados não possam se aproximar de seu território.